Campus Caxias sedia XIV Encontro Regional da ANPUH com ênfase em educação antirracista


Por em 24 de julho de 2024



O Campus Caxias da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) foi palco, entre os dias 17 e 19 de julho, do XIV Encontro Regional da Associação Nacional dos Professores Universitários de História (ANPUH). O evento, que ocorre a cada dois anos, teve como tema “História e Relações Étnico-Raciais: Por uma Educação Antirracista”.

A programação do encontro incluiu mesas redondas, minicursos, apresentação de trabalhos e atrações culturais. A abertura oficial aconteceu na noite do dia 17 de julho, no auditório da Unifacema, precedida pela apresentação do Bumba-Meu-Boi “Encanto de Caxias”. A mesa de abertura contou com a presença de diversos acadêmicos e representantes da Uema e de outras instituições. Durante a cerimônia de abertura, o Prof. Dr. Jakson Ribeiro, coordenador do evento e Diretor do Curso de História do Campus Caxias, agradeceu a todos os envolvidos e destacou a importância do debate sobre a igualdade. “Este evento é para estimular o debate sobre o tema, levar para o nosso cotidiano uma perspectiva de igualdade”, afirmou.

Representando a direção do Campus Caxias, o Prof. Me. Manoel do Nascimento Barradas expressou sua satisfação em participar do evento e destacou a diversidade dos participantes. “Tenho certeza de que será um encontro extremamente proveitoso, com pessoas de diversas localidades. Todos os participantes sairão ganhando. Desejo a vocês um excelente evento”, ressaltou. A conferência de abertura foi ministrada pela professora Marta Abreu, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em seu discurso, Marta Abreu refletiu sobre a ausência histórica de historiadores nas lutas antirracistas e a importância de inserir conteúdos de história antirracista nas escolas e pesquisas.

No dia 18, pela manhã, a professora indígena Francisca Guajajara participou de uma mesa redonda no Auditório Leôncio Magno, destacando a desmistificação da história do Brasil sob a perspectiva indígena. “Estar em uma mesa redonda como mulher indígena é um marco. Isso é importante para a sociedade perceber a importância da valorização”, afirmou. À tarde, o evento contou com lançamentos de livros, incluindo a obra do professor Carlos Eduardo Penha, que abordou a resistência indígena no conflito de Alto Alegre. A professora Márcia Milena Galdez também apresentou uma coletânea de artigos sobre a história do Meio Norte, enfatizando a necessidade de estudos específicos sobre a região.

À noite, a mesa redonda “Olhares sobre a BNCC e o Ensino na Educação Básica” contou com a participação da professora Geogyanna Andreia Silva Morais, do Departamento de Educação do Campus Caxias. Geogyanna criticou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) por não ser elaborada por professores e pela sociedade, mas por empresários, e destacou o impacto negativo no currículo das Licenciaturas.

No dia 19, a programação incluiu mais uma mesa redonda, onde o Doutor em Políticas Públicas da UFMA, Rosenverck Estrela Santos, discutiu a Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (LISAFRO/UFMA), destacando a pioneira abordagem do Maranhão no estudo das relações étnico-raciais. A professora Tatiana Reis, coordenadora do Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (PROETNOS) da Uema, abordou a criação da Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena e os esforços da universidade em promover a interculturalidade.

Durante a tarde, a professora Camila Vila Flor, de Brasília, provocou reflexões sobre o ensino de história e a construção da personalidade dos estudantes. “Como, em sala de aula, vamos transformar o silêncio em vozes que ecoam?”, questionou.

A conferência de encerramento foi conduzida pela professora Wlamira Ribeiro de Albuquerque, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que enfatizou a responsabilidade dos historiadores em abordar o racismo e suas ramificações. “Temos a imensa responsabilidade, como historiadores, de escavar as raízes e colocar as peças na mesa. O racismo se reconstrói, como um mutante. Para combatê-lo, precisamos mostrar as maneiras como ele se ramifica”, concluiu. O evento, que contou com 658 inscritos e 401 trabalhos submetidos, reafirmou a importância do debate sobre as relações étnico-raciais e a educação antirracista no Brasil, destacando o compromisso da Uema e dos historiadores com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Por: Emanuel Pereira/Uema Campus Caxias

Fotos: Emanuel Pereira/Uema Campus Caxias



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