III Encontro Internacional de Pesquisas em Letras é realizado no Campus Caxias
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 20 de maio de 2024
Aconteceu nos dias 14, 15 e 16 de maio, na Universidade Estadual do Maranhão (Uema) Campus Caxias, o III Encontro Internacional de Pesquisas em Letras – ENIPEL. As atividades ocorreram no auditório Leôncio Magno, alguns corredores e salas. O evento foi híbrido.
Na mesa de abertura estiveram presentes, a diretora do Campus Caxias, professora Valéria Cristina Soares Pinheiro, a diretora dos Cursos de Letras, professora Solange Santana Guimarães Morais, o chefe do Departamento de Letras, professor Antônio Luiz Alencar Miranda, a chefe da Assessoria Técnica da Reitoria, professora Fabíola de Jesus Soares Santana e o coordenador do Mestrado em Letras da Uema, professor José Henrique de Paula Borralho.
A professora Fabíola de Jesus Soares, chefe da Assessoria Técnica da Reitoria, representando o Magnífico Reitor Walter Canales, disse: “Não escapamos mais do mundo interconectado. Quem é da área da linguagem deve avaliar como a tecnologia impacta o ensino de línguas e letras. Ela traz uma nova linguagem”.
A diretora do Campus Caxias, professora Valéria Cristina Soares Pinheiro, falou: “Saúdo os professores e alunos presentes. Hoje a tecnologia permite realizar eventos híbridos como esse. A informação chega muito rápido. O Campus Caxias é o mais antigo da Uema, as licenciaturas nasceram aqui. Temos um ensino consolidado e pretendemos crescer mais. Fazemos pesquisa e temos o desafio da inovação. Aproveitem o evento”, incentivou.
A diretora dos Cursos de Letras, professora Solange Morais, se manifestou; “É um prazer imenso tê-los aqui compartilhando conhecimentos. Faço aqui uma homenagem ao professor Emanoel Pires, que não pôde vir à abertura, pois este evento tem a sua marca. Quando pensamos em um evento para falar sobre pesquisa, o interesse maior é que ocorram trocas de saberes”, ressaltou.
No dia 14, pela manhã e tarde, houve credenciamentos e comunicações em simpósios temáticos. À noite ocorreu a conferência “Pesquisa e crítica literária no Brasil hoje”, com palestra de Regina Dalcastagnè, da UNB (Universidade de Brasília), mediada pelo professor Douglas de Sousa. Para a palestrante: “Não se faz pesquisa sem um tipo de financiamento. É uma realidade o desinteresse nos vestibulares e o esvaziamento das licenciaturas. É na escrita que concretizamos o conhecimento. Se faço pesquisa, publico e ninguém lê, eu produzi conhecimento? Temos que buscar autores importantes do Maranhão, do Acre, para suprir ausências de uma pesquisa anterior”, destacou.
Em seguida, fez-se uma conversa com o escritor Stênio Gardel, autor de “A palavra que Resta”, mediada pelo mestrando Jonas Albuquerque.
Na manhã do dia 15 aconteceu a oficina “Escrita acadêmica”, com a professora Keiliane Araújo. Ela falou sobre gênero textual, resumo, fichamento, citações, uso produtivo, síntese de tópicos e outros pontos.
Na parte da tarde, na mesa redonda mediada pelos professores Fabíola Santana e Antônio Luiz Alencar, a professora Anna Christina Bentes da Silva, da UNICAMP (Universidade de Campinas), falou sobre “Linguagem e feminismo nas mídias sociais”. Segundo ela: “Numa página de Economia as pessoas comentam pouco, mas quando o assunto é feminismo, muitos comentam. É uma questão de engajamento”, constatou. Em seguida o professor Miguel Oliveira Jr., da UFAL (Universidade Federal de Alagoas), abordou a prosódia.
A professora Cláudia Freitas, da USP (Universidade de São Paulo), tratou de “I.A. Estudos Linguísticos e a Língua Portuguesa”. De acordo com ela: “Quando temos muitos dados precisamos de máquinas para processar isso, gerando custos altos. Na Inteligência Artificial o aprendizado da máquina ocorre de exemplo e não de instruções explícitas”.
Depois se fez o lançamento de livros, mediados pela professora Erlinda Maria Bittencourt. A professora Joseane Maia apresentou “A Princesa e o Espelho Mágico”, um conto tradicional popular (história de trancoso), que foi objeto de estudo de sua tese de doutorado. O livro revela mentalidades, costumes. Para ela, precisamos dessas histórias que nossos antepassados contavam. O professor Elizeu Arruda mostrou dois livros: A obra “Meninos e Meninas em Poesia”, um reencontro com a prosa infantil (um público verdadeiro, autêntico). Para escrevê-lo escolheu os diferentes perfis na sala de aula. E “Iluminando Sombras”, que mostra força e potência com arte engajada, fazendo com que as consciências fiquem arejadas. Segundo o professor Elizeu: “A história do Grupo Teatral Sombras era uma lacuna na cidade”, ressaltou.
À noite a conferência “Fragmentos Reunidos – Teoria Literária e o Ensino de Literatura hoje”, mediada pelas professoras Solange Morais e Natércia Garrido, teve à frente o professor Fábio Akcelrud Durão, da UNICAMP. “A literatura é um objeto instável. Não existe discurso literário. À medida que surgem discursos diferentes também se modifica a literatura. Um livro se torna uma obra quando uma pessoa o lê”, informou destacou o professor Durão.
Em seguida houve uma atividade cultural. Uma dança de Bumba-Meu-Boi e outra de Cacuriá puderam ser vistas na Rua das Sombrinhas, próxima ao Campus.
Na manhã do dia 16 aconteceram as apresentações de pôsters e comunicações.
Na parte da tarde, a mesa redonda, mediada pelo professor Elizeu Arruda, apresentou “Explorações literárias no Pós-(?)Antropoceno” com a professora Leila Lehnen, da Brow University – EUA: “A Amazônia, não só a brasileira, tem gerado uma subdisciplina. Essa área interessa aos graduandos com engajamento social, com itens ligados à justiça social. Cito ecofeminismo, monocultura, agronegócio, questão climática. É um aviso sobre o que pode acontecer”, detalhou.
Logo depois, a professora Lucía Tennina (Universidade de Buenos Aires, Argentina) falou sobre “A pesquisa em literatura brasileira no contexto internacional”. Para a professora: “Quando se fala em pesquisa e difusão, há um vazio que exige dos pesquisadores um posicionamento transversal. Existem 4 espaços de ação: tradução; organização de antologias; sala de aula e produção de encontros e eventos”, enumerou.
A palestra de encerramento, à noite, intitulada “A literatura brasileira na França: tradução e recepção”, mediada pelos professores Herasmo Braga e Andréa Lobato, foi com professor Leonardo Tonus (Sorbonne Université – França): “Não somos apenas professores lá fora, mas interventores. O ano de 1987 marca a retomada do livro brasileiro no exterior. Não basta que um livro seja traduzido para ser lido. Ao longo de 32 anos, mais de 1.200 obras brasileiras foram publicadas em 45 idiomas”, enfatizou.
Dando prosseguimento, os presentes, mediados pela professora Risoleta Viana, conversaram com a escritora Míriam Alves, que disse: “Todo artista procura algum indício na infância que faz ser o que é. Eu sonhava ser professora e minha família tinha a leitura como hobby. Integro o movimento de literatura negra brasileira. Tenho certeza que a palavra cura, mas machuca e fere. Quando faço a escrita, facilito para que os leitores possam criar outro imaginário para o Brasil”, finalizou.
Por: Emanuel Pereira/Campus Caxias