Discurso do Reitor na Abertura do Simpósio de Planejamento da UEMA
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 17 de junho de 2015
Assista ao vídeo e confira abaixo, na íntegra, o discurso do Reitor da Universidade Estadual do Maranhão, Gustavo Pereira da Costa durante a abertura do Simpósio de Planejamento Institucional, realizada no último dia 15 , no Rio Poty Hotel.
“A presença de todos nesta noite evidencia o quão vibrante é a nossa Instituição, evidencia que ela é um organismo vivo, que tem alma, que tem energia realizadora e transformadora, que o mote de mobilização neste momento, a partir do convite formulado, para pensarmos juntos o presente e sobretudo o futuro da UEMA foi plenamente atendido por aqueles que se comprometem com este dever com esta tarefa, de tantos educadores, aqui representados, servidores, alunos, representantes institucionais, que aqui vieram para marcar a sua presença e para se fazerem presentes nesta discussão que por hora se inicia.
Eu quero apresentar os cumprimentos, em nome da Universidade Estadual do Maranhão, ao Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Deputado Bira do Pindaré, neste ato representando excelentíssimo governador do Estado do Maranhão, Dr. Flávio Dino; quero cumprimentar a Secretária Municipal de Informação e Tecnologia, senhora Tati Lima, representando o Prefeito Edvaldo Holanda Júnior; cumprimentar os Pró-reitores que compõem a mesa; cumprimentar o Presidente da Fapema, Alex de Oliveira; o presidente do IMESC, Felipe de Holanda; as autoridades militares em nome do Capitão de Mar e Guerra, Marcos Tadashi; cumprimentar as autoridades acadêmicas em nome do ex-reitor da UEMA, professor José Augusto Oliveira; cumprimentar a todos os nossos convidados que aqui estão presentes. E fazer também um agradecimento antecipado, ao Dr. Ozires Silva, que generosamente atendeu ao nosso convite para estar aqui e participar do nosso Simpósio, bem como ao Dr. Cláudio Rama. Professora Wrana Panizzi, defensora árdua da autonomia universitária; Professor Pedro Melo, Diretor do Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária. Dácio Matheus, vice-reitor da jovem Universidade Federal do ABC.
Falar de planejamento no ambiente universitário impõe, naturalmente, uma série de entendimentos. Alguns depositam neste tema certa incredulidade, outros acreditam ser o caminho que haverá de nos livrar do improviso, nos livrar das tentativas despropositadas, a ponto de ser capaz de condensar as intenções de uma coletividade em um instrumento político de gestão, que possa orientar as decisões institucionais.
Há quem diga que o planejamento é a antítese da liberdade acadêmica, outros, por sua vez, acreditam que seja um instrumento facilitador do exercício da sua autonomia. Estamos nós aqui preenchidos de todos esses significados, mas livres de quaisquer preconceitos para nos lançar em uma nova jornada em nossa Universidade. Uma jornada que é propositiva, mas ao mesmo tempo assertiva. Ela apresenta uma temática “A construção coletiva do Plano de Desenvolvimento Institucional” e a construção é coletiva porque não poderia deixar de ter de caráter participativo, não apenas da comunidade, que é o tecido social da nossa Instituição, mas, sobretudo, daqueles que estão fora e tanto dependem dos que estão dentro. A sociedade que se justifica na própria universidade e é justificada por ela. O Estado como nosso mantenedor. As entidades empresariais e os movimentos sociais, todos são imprescindíveis neste processo participativo de elaboração e formulação do planejamento da Universidade Estadual do Maranhão. E, digo isso, pois, certo estou que todas as experiências anteriores vividas na UEMA de planejamento foram atitudes e iniciativas bem sucedidas.
Não se começa uma instituição do zero. O olhar para o retrovisor da história da Instituição é tarefa obrigatória para todos nós: professores, alunos, servidores. Buscamos no passado referências, aprendizados; no presente, com os pés no chão, o sentido de realidade, mas o desejo otimista e esperançoso de projetar um futuro compatível com os sonhos e as aspirações do povo maranhense e nosso também, como representantes desta Instituição, que damos a ela energia vital e diária de construção e transformação das realidades sociais, políticas e econômicas.
O planejamento não comporta acomodação, passividade, a proposta de debatê-lo e construí-lo de forma dialogada é uma provocação à essência da própria universidade. E nos coloquemos, todos nós, a serviço desse diálogo e desse debate nosso espírito crítico. Que questionemos as estruturas postas tanto tempo a nossa frente como verdades inquestionáveis. E que possamos recriar, reinventar, repensar a nossa instituição à luz de novos paradigmas, à luz de uma contemporaneidade que se contextualiza e se transforma numa nova dinâmica.
Por que iniciarmos em um Simpósio de Planejamento essa discussão que vai se estender até o final do ano? Porque é necessário fazer o chamamento inicial, darmos evidência pública, no momento em que o Estado discute seus planos de investimentos para os próximos anos, define suas prioridades, discute o orçamento do próximo ano, é preciso que a Universidade diga – como foi requerido pelo Governador – diga o que deseja, diga o que pensa, diga o que almeja desse novo governo, ao mesmo em que se comprometa com metas, a partir dos investimentos, que já foram anunciados, pelo excelentíssimo Sr. Governador.
Imagino eu olhando para as gestões da UEMA… Tantas e tantas lutas travadas pelos reitores que nos antecederam, e aqui menciono o professor José Augusto, que tiveram o privilégio de iniciar uma jornada de reitorado, com o compromisso público do Governador, de investimento para este ano na ordem de 40 milhões de reais para a Universidade Estadual do Maranhão. Isso não deve nos deixar acomodados, ou certos de que nossos problemas estão todos resolvidos. É preciso definir a utilização e aplicação desses recursos, porque há tempos de fartura, há tempos de escassez. Há tempos em que os investimentos precisam ser propositados, medidos e eficientemente dispendidos, de modo que possam dar resultados palpáveis, concretos, e a universidade, a partir disso, não só se diga essencial, mas se demonstre essencial.
Há um número que certamente haverá de surpreender a todos nós – é uma posição da Universidade perante o Governo do Estado e ao próprio compromisso assumido por nós junto ao Governador – o número que mencionamos de oferta de vagas para graduação, atingindo a casa de 8.000 vagas por ano, certamente já poderemos pensar em alcançar no ano que vem, Número esse que era projetado para o ano de 2018, mas isto não é por acaso. Isto está devidamente construído a partir dos olhares que já foram possíveis capturar na comunidade, com as reuniões regionais realizadas em todos os centros, as discussões iniciadas pela pró-reitoria de planejamento, em um trabalho que vem sendo conduzido pelo professor Roberto Serra e sua equipe, para sermos capazes de traduzir em planos de impacto médio e longo aquilo que é o desejo e ansiedade de toda Instituição.
Que assumamos o PDI sobre esses dois aspectos: é um documento de identidade, porque, forçosamente, nos levará a refletir sobre a filosofia institucional, revisitarmos na sua missão, revisitarmos a visão de universidade que queremos construir, as suas diretrizes político-pedagógicas, as formas de estabelecer políticas institucionais orientadas para a graduação, para a pesquisa, para a extensão, para a pós graduação, para a gestão universitária.
E o outro aspecto que o PDI nos fornecerá – e muitos vislumbram esse aspecto como sendo uma tábua de salvação – é o PDI como instrumento de gestão, porque nos levará a pensar sobre o nosso arranjo organizacional, a forma como a universidade se coloca no espaço territorial maranhense, a sua estrutura de pessoal, docente e técnico-administrativo, a discussão sempre presente nas universidades federais, estaduais, do seu financiamento e isso passa pela autonomia e execução do seu orçamento. A sustentabilidade no sentido do aprimoramento da captação de recursos. E, por último, e não menos importante, a incorporação como fazer cotidiano dos sistemas de avaliação institucional.
O PDI haverá de ser para a Universidade Estadual do Maranhão um mapa de navegação. Nós temos referências, nós temos uma metodologia, mas o PDI não está pronto. O PDI não é um documento que nasce com características definitivas. Ele nasce de intenções, de propósitos, mas nasce sem contornos, sem relevos, porque o espírito do plano de desenvolvimento institucional , de modo que esteja a intensidade da Universidade Estadual do Maranhão, que possa ser um instrumento eficaz de gestão, haverá de nascer das inteligências que aqui estão e dos que não estão, mas farão parte dos encontros temáticos regionais, que será fruto, acima de tudo, da nossa capacidade de divergir, debater, de criticar, de manifestarmos nossos pontos de vista diferentes, mas buscarmos a convergência, que não é fácil, mas é uma tarefa desafiadora para quem acredita na Universidade como instrumento de transformação. Que nós possamos usar este momento, que foi pensado cuidadosamente, desde o convite formulado para os nossos visitantes, para que pequenas faíscas sejam capazes de incendiar o ânimo e despertar o interesse para as discussões.
Este é o nosso propósito e interesse da Universidade Estadual do Maranhão. Que o Simpósio de Planejamento Institucional fique, a partir do presente momento, como um marco de referência, o marco zero, de uma trajetória que nos levará até o final do ano, não a um documento bonito e bem acabado, bem escrito, mas, acima de tudo, a uma carta de navegação, onde todos nós nos sentiremos confortáveis a navegar pelas águas da nossa instituição.
Que sejamos felizes na nossa iniciativa pessoal de nos colocarmos a serviço da Universidade Estadual do maranhão e que coloquemos nos debates e nas oficinas o melhor de nós, as nossas experiências, o conhecimento produzido nas nossas trajetórias e, principalmente o desejo de que nossa universidade possa ser, a cada dia, uma universidade mais autônoma, uma universidade mais essencial, uma universidade orgulhosamente pública e gratuita a serviço de todos os maranhenses. É isso que pensa – e eu aqui sou apenas porta voz – a comunidade universitária da Universidade Estadual do Maranhão”
Prof.Dr. Gustavo Pereira da Costa
15 de Junho de 2015