Novas espécies de peixes de água doce são descobertas por pesquisadores da Uema e da Ufma


Por em 12 de março de 2024



                                                 

Pesquisadores do Curso de Biologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), com a participação da Ufma, estão desenvolvendo, desde de 2023, um importante estudo científico sobre peixes da água doce em rios de diversos municípios maranhenses. A descoberta está contribuindo para o conhecimento da diversidade desses animais, suas espécies, história biogeográfica e como chegaram no Maranhão.

A primeira etapa da pesquisa foi realizada nos rios Pericumã, Turiaçu, Maracaçumé e Gurupi, respectivamente nos municípios de Pinheiro, Santa Helena, Maracaçumé e Boa Vista do Gurupi, com o objetivo de conhecer a diversidade de peixes de água doce do estado do Maranhão e contar suas histórias e origens, inclusive daqueles gêneros encontrados em região que ainda não tem registros.

                                                 

“Queremos identificar se esses peixes são espécies novas ou se trata-se da ampliação e distribuição de espécies já conhecidas da ciência. Queremos entender qual a diversidade desses peixes em nosso estado e saber suas áreas de ocorrência, descrições e características”, disse o pós-doutorando em Biologia na Uema e pesquisador, João Marcelo Abreu.

Segundo ele relata, existem atualmente 287 espécies de peixes de água doce no estado, conforme estudos realizados por institutos de pesquisas do Maranhão nas últimas décadas e, nesse momento da pesquisa pela Amazônia Maranhense, foram registradas 52 espécies em cerca de 700 indivíduos que comporão os acervos de coleções científicas da Uema e da Ufma.

                                                 

João Marcelo esclarece que, mesmo com estudos já realizados anteriormente, a rede hidrográfica do estado do Maranhão é uma das áreas da Região Neotropical com menor quantidade de informação acerca da diversidade e da história biogeográfica da sua ictiofauna, levantamentos que tem mudado nos últimos tempos, com a publicação de descrições de novas espécies e de uma série de listas de espécies, que elevaram o conhecimento atual para um total de 287 espécies ocorrentes nos rios do estado. “Apesar desses estudos terem suprido a falta de informações sobre a diversidade de peixes da região, os mesmos têm falhado em identificar os eventos históricos que foram responsáveis pelos padrões de distribuição dessas espécies”, afirma o pesquisador.

Contudo, Marcelo explica que com a realização deste novo estudo, espera-se a elucidação de questões taxonômicas sobre a ictiofauna da região e a obtenção de importantes informações sobre os eventos responsáveis pelo padrão de distribuição e diversidade das espécies de peixes na região. “Assim, a sistemática, ecologia, distribuição e história biogeográfica das espécies de peixes do Maranhão poderão ser conhecidas, divulgadas e trabalhadas para o melhor planejamento do uso comercial e das políticas públicas, além de subsidiar a implementação de medidas de proteção e conservação”, declara.

                                                 

Outro fator relevante para o desenvolvimento deste projeto, conforme o pesquisador João Marcelo menciona, está na sua interdisciplinalidade, uma vez que diversas áreas de estudo da biologia serão abordadas, como sistemática, ecologia, genética e biogeografia.

Ele resume a relevância do estudo acrescentando que a natureza interdisciplinar do projeto contribuirá para a formação de estudantes qualificados, com visão científica ampla e com capacidade para desenvolver pesquisas em diferentes áreas. Além disso, diz ele, contribuirá com as ações de extensão, extremamente necessárias para transmitir o conhecimento para fora da universidade, como um retorno para a sociedade que é a grande financiadora do desenvolvimento científico.

                                                 

A pesquisa tem a coordenação geral da professora da Uema, Lígia Tchaicka, com a participação do pesquisador João Marcelo Abreu e do professor Nivaldo Piorski, da Ufma.

Por Alcindo barros

Fotos do Projeto

 



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