Proetnos como uma experiência de uma educação antirracista no Maranhão
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 20 de novembro de 2023
As comunidades quilombolas no Brasil enfrentam uma realidade marcada por desafios históricos. No Maranhão, estado que possui cerca de 20% da população quilombola do Brasil, a luta pela garantia dos direitos quilombolas é um reflexo da persistente desigualdade social que ainda existe no país. Políticas públicas efetivas e ações que promovam a inclusão e o respeito à diversidade cultural é uma necessidade emergente.
No Dia da Consciência Negra, é fundamental refletir sobre a realidade das comunidades quilombolas, desde a luta pela titulação de suas terras até a busca por condições dignas de vida. Esse dia ressalta a importância de reconhecer e valorizar a herança cultural e histórica afro-brasileira, ao mesmo tempo em que destaca a necessidade de combater as desigualdades que a colonização e a colonialidade estruturam no país.
Nesse contexto, a educação superior específica para quilombolas emerge como uma poderosa estratégia de luta antirracista no estado do Maranhão através do PROETNOS/UEMA. Este Programa promove o primeiro curso de Licenciatura em Educação Quilombola do país, com duas turmas no município de São Bento e uma turma no município de Itapecuru Mirim. Ressaltamos que a própria existência de tais cursos é resultado direto de uma luta histórica por inclusão e reparação protagonizada pelos movimentos sociais quilombolas do estado e das comunidades.
A Licenciatura em Educação Quilombola promove a quebra de estereótipos e paradigmas. Ao priorizar uma abordagem inclusiva e sensível às peculiaridades dessas comunidades, desafia a Universidade a repensar seu lugar de produtora de um único tipo de conhecimento (eurocêntrico e colonial) para a inclusão de conhecimentos outros que potencializam a igualdade racial.
O aluno Helton Moraes, do quarto período da turma de São Bento expressa, “É uma experiência rica, fazer parte de uma iniciativa de construção de uma educação superior quilombola, tudo que tenho aprendido aqui tento colocar em prática e compartilhar com os meus”.
A aluna Elinalva Moreira, cursista do primeiro período da turma de Itapecuru Mirim expõe, “O colonialismo nos excluiu da história. Mas, hoje, a Universidade é também o nosso espaço e os espaços de poder e decisão também nos pertencem”.
Para o PROETNOS/UEMA, o Dia da Consciência Negra, deve ser um chamado à ação para promover uma educação inclusiva e transformadora como parte integrante da luta antirracista em prol das comunidades quilombolas do Maranhão e do Brasil.
Por: Regiane Araújo/PROETNOS-Uema