Pesquisador da Uema coordena estudos sobre plantas aquáticas na Chapada das Mesas e Mirador
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 4 de setembro de 2023
Um impactante estudo realizado pelo Biólogo e professor da Universidade Estadual do Maranhão – Uema, André Vito Scatigna, está dando conta de que novas plantas aquáticas podem ser descobertas no Parque Nacional da Chapada das Mesas e no Parque Estadual do Mirador, no Maranhão.
Na pesquisa, que começou em abril de 2021, e teve cerca de 1000 espécimes coletados, constam mais de 100 espécies de plantas aquáticas, incluindo muitos novos registros para o Maranhão, e, até uma espécie que não era registrada na natureza há mais de 115 anos. “A ideia é trazer informações inéditas sobre a composição da flora em áreas úmidas no estado, que incluem nascentes de rios importantes, veredas, lagoas e cachoeiras dentro das áreas de conservação, como no Parque Nacional da Chapada das Mesas e no Parque Estadual do Mirador, que são as duas maiores unidades de conservação do Cerrado maranhense dentre as maiores do Brasil”, declara o André Vito.
De acordo com o pesquisador André, o projeto tem contribuído de forma direta e significativa para o aumento do conhecimento da flora no Maranhão, fornecendo dados taxonômicos e ferramentas que auxiliam no reconhecimento de táxons, um dos fatores limitantes para os estudos da biodiversidade. Ele disse, ainda, que as ferramentas de identificação produzidas servirão para a divulgação da flora das UCs e para o ensino de alunos da graduação e do ensino médio. “Esperamos que nossa contribuição sirva de subsídios para a execução dos planos de manejo das UCs incluídas no estudo”, explica o pesquisador.
O professor ressalta, também, que as coletas têm sido uma grande contribuição para o aumento da representatividade da flora maranhense nos herbários das instituições que pesquisam o tema, o que ajudará em trabalhos de taxonomia e outros que usem as exsicatas (espécimes vegetais incluídos em coleções) como fonte de dados, como estudos em ecologia e fitossociologia. Além disso, o herbário Rosa Mochel (localozado no Campus da Uema), está sendo transformado em um polo de referência de estudos de plantas aquáticas no estado.
“O passo mais importante na conservação da biodiversidade é, de fato, conhecer a biodiversidade que você tem numa área. Eu acho que esse projeto tem tudo para dá o primeiro passo, pensando na conservação dos recursos hídricos e das próprias espécies vegetais que lá existem, na descoberta de novas espécies que, com certeza, vai trazer plantas que possivelmente já estavam extintas”, declara André. E acrescentou: “Com isso, incluímos, também, nossos alunos nesses estudos, o que acho muito importante no processo de formação desses estudantes. É uma oportunidade para eles irem a campo, são experiências que, como já aconteceu comigo na graduação, mudam a vida de um estudante como mudaram a minha”.
A pesquisa envolve cerca de 10 alunos de graduação em Ciências Biológicas da UEMA, além da colaboração de outros da pós-graduação e pesquisadores de diferentes instituições, incluindo UFMA e Museu Paraense Emilio Goeldi. O projeto conta com apoio da FAPEMA e do CNPq, além de sete bolsas de Iniciação Científica da UEMA (PIBIC/UEMA) e uma bolsa de Desenvolvimento Científico Regional do CNPq.
Por Alcindo Barros
Fotos: Do Pesquisador