Internacionalização da extensão na UEMA entra em foco por meio do projeto “Carnívoros Domésticos e Pequenos Felinos Silvestres”


Por em 3 de maio de 2023



                                             

A Universidade Estadual do Maranhão vem buscando cada vez mais internacionalizar suas iniciativas e a extensão é um dos focos da instituição nessa internacionalização. É o que podemos ver através do projeto de extensão local Conservação e Proteção da Biodiversidade: o Impacto da Transmissão de Doenças entre Carnívoros Domésticos e os Pequenos Felinos Silvestres”, que integra o projeto internacional “Range-wide threat mitigation, population monitoring and assessment of the tiger cats’ species complex (Leopardus tigrinus/guttulus) in their key conservation areas in South America: a continental approach towards small cats’ conservation”, ambos de autoria e coordenação do Prof.Dr.Tadeu Gomes de Oliveira, do Departamento de Biologia e dos Programas de Pós-Graduação em Ciência Animal e de Ecologia e Conservação da Biodiversidade, da Universidade Estadual do Maranhão, além da Rede BIONORTE. Além disso, o professor Tadeu é coordenador da Iniciativa de Conservação dos Gatos do Mato – Tiger Cats Conservation Initiative (TCCI).

Este projeto conta localmente com a participação direta da Profa.Dra. Alana Lislea de Sousa também do Ciência Animal, contando também com apoio imprescindível do Hospital Veterinário Universitário da UEMA.

O projeto (na esfera local) é executado no Parque Estadual do Mirador e seu entrorno, localizado nos municípios do mesmo nome, Loreto, São Raimundo das Mangabeiras e Fortaleza dos Nogueiras, em áreas a mais de 670 quilômetros da capital São Luís. Este projeto, tanto na sua versão local quanto continental é de longa duração e já está no seu terceiro ano de atividades, tendo surgido devido ao alto número de cães dentro da unidade, testando positivo para cinomose (84,2%), o que urgiu a necessidade de um programa de vacinação para a proteção dos pequenos felinos.

                           

“Os pequenos felinos silvestres geralmente são ofuscados pelos seus primos maiores e mais chamativos, tais como leões e onças-pintadas. O resultado disso são menos ações de conservação e projetos de pesquisa para as espécies de gatos silvestres com menos de 20 kg”, explicou o professor Tadeu.

As campanhas de vacinação realizadas já imunizaram mais de 1200 animais contra doenças reconhecidas como ameaças diretas para felinos silvestres, como cinomose e parvovirose.

                                           

Para Tadeu Oliveira, o grande retorno para os participantes deste evento é a sensação indescritível de realização por ter feito algo de impacto com tantos parceiros ao longo de todos os continentes envolvidos.

“A sensação de realização e autorrealização descrita por quem participou e participa é incrível. Um sentimento bastante emotivo e gratificante. Isso não tem preço”, destacou o professor.

E a iniciativa não fica somente restrita ao Estado do Maranhão ou Brasil, mas é aplicada a nível internacional. O professor, por meio do TCCI, realiza ações integradas de conservação e pesquisa focados nas diferentes espécies de gatos do mato neotropicais que ocorrem ao longo das Américas do Sul, Central e do Norte. São mais de 20 projetos, com ações em diversas frentes, distribuídas, além do Brasil, pelo México, Costa Rica, Colômbia, Equador, Peru, Argentina, Chile e Bolívia. Todos os participantes com um único objetivo: realizar ações integradas contra a ameaça “invisível” e mortal das doenças, revertendo as diferentes ameaças e conhecendo melhor a ecologia e a biologia de pequenos felinos ameaçados de extinção.

                                         

“Pequenos felinos são ameaçados principalmente por perda e degradação do habitat, mas também por atropelamentos, caça e perseguição, retirada de filhotes da natureza e infecção por doenças transmitidas por cães e gatos domésticos já citados anteriormente. Os projetos que compõem o TCCI têm atuado em todas as frentes, mas é na mitigação da transmissão de doenças que o coletivo tem trabalhado mais fortemente nos últimos meses”, alertou ele.

Ainda no mês de maio deste ano acontecerá mais uma etapa da campanha de vacinação intercontinental, envolvendo todos os países e continentes que fazem parte dessa luta.

“Digo que de mãos dadas, trabalhando juntos, sem egos, podemos fazer uma baita diferença para a conservação, mesmo com recursos limitados”, ressaltou Tadeu.

A iniciativa conta, também, com a questão da educação ambiental, buscando conscientizar a população local (crianças e adultos) sobre a fauna da região.

                                           

Por: Paula Lima



Últimas Postagens