Pesquisadora da UEMA participa de um inédito Sistema Brasileiro de Classificação do Relevo


Por em 9 de março de 2023



Profa.Quesia da Silva

Professora e pesquisadora da Universidade Estadual do Maranhão, Profa.Dra.Quesia da Silva, desde 2019, faz parte de um grupo nacional, que trabalha em prol de um único Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo (SBCR). O objetivo é desenvolver um sistema único de classificação do relevo utilizável em todo o país que permita uma linguagem comum e uma padronização, estruturação e recomendação da sua representação; além de gerar padronização da cartografia geomorfológica no Brasil e estabelecer conceitos, limites e aplicações do SBCR.

A iniciativa surgiu durante o XVIII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, realizado na cidade de Fortaleza (CE), em junho de 2019. Dentro da programação aconteceu o primeiro Workshop de Cartografia Geomorfológica, organizado pela União da Geomorfologia Brasileira (UGB).

Neste evento, a comunidade científica especialista se reuniu com o objetivo de tratar das premissas e avanços da representação do relevo brasileiro. O momento foi considerado histórico, pois pela primeira vez, geógrafos interessados na temática da cartografia geomorfológica se reuniam em um fórum específico para discutir sobre o assunto.

“Foi percebido, então, que há um número significativo de trabalhos científicos no Brasil cujos autores elaboram sua própria metodologia de mapeamento geomorfológico, inspirados ou não, em metodologias pré-existentes, como a do próprio IBGE, com adaptações ou não, dificultando ou impossibilitando a comparação entre diferentes áreas, e a articulação de mapas de áreas contíguas, ainda que elaborados na mesma escala. Tais questões, então, foram levantadas e sua importância reconhecida pela plenária, que concordou com a necessidade de se estabelecer normas e critérios para representação do relevo brasileiro”, disse a professora.

I Workshop realizado em 2019

Nasce, assim, a proposta de criação de um Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo (SBCR), por parte do IBGE, que se encontrava presente na plenária daquele Workshop. O Instituto, assumindo seu papel de órgão responsável pelos mapeamentos sistemáticos dos recursos naturais do país, se prontificou para sediar um encontro, reunindo geomorfólogos e especialistas da área, para debater e definir as diretrizes para construção desse Sistema.

Para que a proposta fosse levada à frente foi realizado I Workshop sobre o Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo, em novembro de 2019, no Rio de Janeiro. “Como a minha tese de doutorado foi sobre o mapeamento geomorfológico da Ilha do Maranhão, recebi o convite da comissão organizadora e aceitei participar deste trabalho inédito no país”, explicou Quésia.

O trabalho é desenvolvido por equipes: o Comitê Executivo Nacional (CEN), os Grupos de Trabalho Direcionado (GTDs) e os Núcleos Locais Colaborativos (NLCs). Cada um com suas funções específicas. São cerca de 70 pesquisadores de todo o país, garantindo, assim, uma ampla participação.

A professora finalizou: “discutimos bastante sobre o primeiro e o segundo nível taxonômico do relevo do Brasil. Estamos na fase de revisão do mapa preliminar e iniciando a escrita do texto relacionado e provavelmente publicaremos, por meio do IBGE, um documento sobre isso no próximo ano. Creio que a partir deste trabalho e dos documentos publicados sobre ele, as pesquisas e mapas elaborados no Brasil seguirão uma padronização, dados poderão ser comparados entre diferentes áreas e mapas de áreas contíguas poderão ser articulados entre si”.

A ideia é que cada workshop origine um documento, atualizando o anterior, gerando ao final um Relatório Técnico publicado pelo IBGE e disponível no site do instituto. A segunda edição do evento aconteceu neste ano, de 28 de fevereiro a 03 de março.

Por Paula Lima



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