I Simpósio 20 anos do Grupo de Estudos Socioeconômicos da Amazônia e VI Colóquio de Ciências Sociais são realizados no Campus Caxias
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 12 de dezembro de 2022
Foram realizados nos dias 5,6 e 7 de dezembro, no auditório Leôncio Magno e diversas salas do Campus Caxias, o I Simpósio 20 anos do GESEA (Grupo de Estudos Socioeconômicos da Amazônia) e o VI Colóquio de Ciências Sociais. A coordenação foi das professoras Cleia Maria Lima Azevedo (chefe do departamento de Ciências Sociais e Filosofia), Arydimar Vasconcelos Gaioso (coordenadora do GESEA), Elizete Santos (diretora do curso de Ciências Sociais), Elieyd Sousa de Menezes (pesquisadora visitante FAPEMA e membro do GESEA), Gleiciane Brandão (professora do Departamento de Ciências Sociais) e Pablo Santana (professor do departamento de Ciências Sociais). Mesas redondas, palestras, oficinas, apresentação de banners, rodas de conversas e grupos de trabalho integraram as atividades.
A professora Cleia traçou um histórico do Curso de Ciências Sociais e todo o seu processo de formação. Sua gênese tem como ponto de partida o Colóquio, iniciado em 2015: “No primeiro, discutimos o ensino de Sociologia nas escolas de Caxias. Era a construção do alicerce para chegarmos ao curso. Hoje é o reinício do Colóquio, que é uma atividade gênese e não pode deixar de ser feita”, falou.
O Colóquio discutiu interseccionalidade, desigualdades e educação. O objetivo foi situar os alunos ingressantes do curso de Ciências Sociais nos debates acadêmicos referentes às temáticas abordadas pelas ciências sociais, tornando-se espaço de diálogos.
Para a professora Elizete, o Colóquio é um momento de unidade e crescimento, de diálogos interculturais e interseccionais das pesquisas desenvolvidas e em desenvolvimento. É também uma fonte de fortalecimento da ancestralidade, em que os ecos transbordam as paredes da academia com um sentimento de unidade e pertença. Um momento histórico de crescimento e dignidade.
A professora Arydimar lembra:” O Colóquio se confunde com o curso, foi pensado antes dele. Depois de dois anos estamos de volta com debates, discussões e aprofundamentos teóricos. Num evento como esse vimos que é possível fazer, produzir, pesquisar, contribuir. É mais importante citar as dificuldades que os acertos. As possibilidades podem surgir”, destacou.
Quanto ao GESEA, nasceu em Caxias em 2002, com o objetivo de realizar estudos nas áreas das Ciências Humanas. Há uma articulação entre pesquisadores docentes e discentes da UEMA de São Luís (Departamento de Ciências Sociais e Programa de Pós Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia) e de Caxias (Departamento de Ciências Sociais e Filosofia e Departamento de História e Geografia). Os integrantes vêm desenvolvendo pesquisas sobre Povos e Comunidades Tradicionais, Territorialidades, Sociologia Política e Educação.
Desde julho de 2018 o Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia (PPGCSPA) está vinculado à área de Antropologia junto à CAPES. Criado em 2013 a partir de uma associação entre a UEMA e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nos três primeiros anos o Programa estava vinculado à área de Ciência Política.
Na mesa redonda que tratou dos 20 anos do GESEA, o Prof. Dr. Emmanuel de Almeida Farias Júnior (UEMA – São Luís) se pronunciou: “O GESEA não é vinculado apenas à graduação. A partir do projeto, temos professores e alunos que desenvolvem pesquisas. Não conseguimos ver formação de professor sem pesquisa. Não estamos aqui para reproduzir ideologias, mas produzir conhecimento, fazer com que alunos se tornem professores críticos e analisem a realidade social”, explicou.
O Prof. R. Jackson Ribeiro participou da mesa redonda “Interseccionalidade e educação – relações de gênero, raça/etnia e classe social no processo educativo”. Para ele: “A escola diz, determina, como os corpos circulantes devem se comportar. Nosso corpo social é manipulado. Somos pensados a partir da binaridade. Somos múltiplos em nossa natureza. Precisamos problematizar quem somos para entender a diversidade”.
No segundo dia as oficinas desenvolvidas foram: “Epistemologias insurgentes e divergentes: explicações para tentar entender o mundo a partir de leituras da produção intelectual de negros e indígenas”, “Etnografias e discussão crítica sobre as práticas antropológicas” e “Desaquendando o armário das questões de gênero e sexualidade no espaço escolar”.
Na roda de conversa “Experiência sobre o estágio em docência pós-pandemia”, acadêmicos relataram atividades de estágio em escolas (citaram pontos como apresentação de projeto, as etapas, implementação de conteúdo, supervisão técnica da escola). Uma outra roda foi “Experiências das ações de extensão em Ciências Humanas do CESC/UEMA”.
À tarde uma mesa redonda discutiu “Experiências de pesquisa: reflexividades e a construção dos processos de conhecimento”. Houve exibição de vídeos com pronunciamentos de três bolsistas do GESEA que contaram suas trajetórias: Poliana Nascimento (que mora na França); Jéssica Aguiar, (que vive na Itália) e Edijane. Em seguida fez-se sorteio de livros entre os presentes e uma homenagem ao pesquisador falecido do GESEA Samuel Tiago Gomes da Silva.
No terceiro dia houve, pela manhã, duas mesas redondas que abordaram experiências de pesquisa. Uma tratou de “Povos e comunidades tradicionais do Maranhão” e a outra “História etnográfica e etnografia histórica”.
Para o Prof. Phd. Davi Pereira Júnior: “É um processo de formação da base. É necessário incentivar os alunos a ingressar na universidade. Investir seu tempo num processo de pesquisa e compartilhar isso”, acredita.
No período da tarde foram compostos quatro grupos de trabalho: “Relações de gênero, sexualidade e interseccionalidade”; “Ciência Social e educação: práticas interdisciplinares no espaço escolar e não escolar”; “Movimentos sociais e povos e comunidades tradicionais” e “Saberes e patrimônio”.
A atração cultural Isaque Sousa, da banda Casino Quebec, esteve presente no encerramento.
Por Emanuel Pereira