Tecnologia e educação: Programa Ensinar da UEMA segue atuante no cenário de pandemia
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 20 de maio de 2021
O domínio da tecnologia é perseguido pelo homem desde os tempos mais longínquos, pois, muita das vezes, ela é sinônimo de sobrevivência e poder. Nas últimas décadas pudemos vivenciar um verdadeiro boom tecnológico com grandes impactos na vida social, econômica, educacional e cultural dos povos.
O ano de 2020 veio como um divisor de águas no que tange o uso da tecnologia em função de uma das maiores pandemias de todos os tempos, a da COVID-19. Observamos uma espécie de reorganização social mundial pautada no uso da tecnologia, principalmente as de comunicação e informação.
Instituições de ensino em nível mundial precisaram implementar o ensino remoto em caráter excepcional para dar continuidade às práticas educativas. Com o Programa Ensinar da Universidade Estadual do Maranhão não foi diferente.
Em atuação desde 2016, o Programa tem como principais desígnios formar professores para o exercício da docência na educação básica a partir de conhecimentos específicos, interdisciplinares e pedagógicos, de conceitos e princípios desenvolvidos na construção e apropriação de valores éticos, linguísticos, estéticos e políticos do conhecimento em um diálogo constante entre diferentes visões de mundo; fortalecer a política de formação docente para a educação básica no Estado do Maranhão; e atender as demandas para a formação docente na educação básica e contribuir para a mudança dos indicadores sociais e educacionais do Estado do Maranhão.
Diante de tais missões, o Ensinar da UEMA não poderia interromper suas atividades. E para conhecer um pouco mais da atuação do Programa neste cenário atual, entrevistamos a Coordenadora, Regina Célia de Castro Pereira. Confira abaixo.
UEMA NOTÍCIAS: Professora, conte-nos um pouco sobre a sua formação e sobre a sua experiência como docente da UEMA e coordenadora do Programa Ensinar.
Sou professora da UEMA há 18 anos, professora do departamento de História e Geografia, formada em Geografia Licenciatura pela UFMA, doutora em Geografia pela FCT/UNESP, Campus de Presidente Prudente. Atuo no curso de Geografia nas áreas da Biogeografia, Epistemologia da Geografia e no Ensino. Estou na coordenação do Programa Especial da UEMA desde 2015, inicialmente no Programa Darcy Ribeiro e logo depois, no Programa Ensinar (a partir de 2016).
Como a pandemia da COVID-19 afetou as atividades do Programa Ensinar?
Com pandemia da COVID-19 as restrições e protocolos de segurança estabelecidos pelo governo estadual atingiram todas as instâncias da UEMA, e o Programa Ensinar não foi diferente. As aulas foram suspensas em março de 2020, permanecendo as atividades administrativas. Ao longo desse período, houve muita oferta de cursos e eventos científicos para que os alunos participassem. Retomamos as aulas sem setembro de 2020, conforme calendário da UEMA, através do ensino remoto.
O Programa já havia vivido experiências de ensino não-presencial? Quais as adaptações foram necessárias para esse momento?
Na estrutura de funcionamento do Programa Ensinar, já estavam previstas disciplinas de 60h e 12h a serem desenvolvidas por meio de atividades orientadas ( não–presenciais), nas quais os professores utilizavam diferentes metodologias, sem no entanto, utilizar de forma massiva as tecnologias educacionais. Os nossos alunos que tinham pendências em algumas disciplinas, tiveram também a oportunidade de cursá-las em 2020, no formato EaD, através do Edital da ABRUEM/ UEMA.
Para implementação do ensino remoto no Programa Ensinar, os professores fizeram as oficinas oferecidas pela Pró-reitoria de Graduação da UEMA, na estratégia do programa Graduação 4.0, através do qual se preparam para uso das tecnologias educacionais. Em relação aos alunos, estes participaram do edital de auxílio digital e também foram motivados a participar das atividades que abordavam as tecnologias que possibilitavam o ensino remoto. O que pareceu um grande desafio no retorno do semestre 2020.1, foi superado com todo o apoio da Universidade, com o comprometimento de toda a equipe do programa e com a compreensão e colaboração dos nossos alunos.
Como foi/está sendo o processo de adaptação, assiduidade e acessibilidade dos alunos nessa modalidade emergente de ensino?
A adaptação já foi superada. Iniciamos o terceiro semestre no formato de ensino remoto, passada a fase de receio e até rejeição por parte de alguns alunos, as aulas têm acontecido de forma normal. A matricula do semestre 2021.1 não indicou elevados índices de evasão entre os cursos do programa. Alguns problemas identificados com alunos, foram atendidos pela universidade e pelas coordenações dos polos. Observamos também que muitos alunos fizeram investimentos em termos de melhorar a sua internet ou compraram celulares com melhor configuração afim de melhorar a qualidade das aulas. Desta forma, os períodos têm sido desenvolvidos e concluídos sem anormalidades. Importante destacar que os maiores desafios foram encontrados no desenvolvimento da disciplina Prática Curricular, a qual os alunos precisavam da vivencia escolar para desenvolvimento de projetos pedagógicos e se depararam com uma grande variedade de modalidades de ensino remoto nos municípios, o que exigiu muita criatividade, flexibilidade de professores e alunos. O mesmo é esperado, para este semestre, pois os alunos que se encontram no 8º período, estão cursando o Estágio de Ensino Fundamental.
É possível pensar novos formatos de ensino para o Programa Ensinar a partir dessa experiência vivida atualmente?
Sim. Certamente. Acredito que entre as transformações que pandemia de COVID-19 nos trouxe, muitas ficarão para sempre.
Como a senhora avalia esse momento e quais os impactos (negativos e positivos) que esse momento está proporcionando para a educação de forma geral, em especial para o programa ensinar?
É um momento delicado, que demanda de toda sociedade colaboração e empatia. Sem previsão do término da pandemia e ainda sob a possibilidade de uma terceira onda, devemos manter todos cuidados preventivos, cumprir, verdadeiramente, os protocolos de segurança. A pandemia promoveu em todos nós uma reflexão sobre o modelo e ritmo de vida que estávamos levando, nos colocou novas possibilidades de trabalhos, estudos, consumo, lazer e diversão, isto tudo é muito positivo, pois de certa forma, muitas atividades se tornaram mais fáceis e mais rápidas. Contudo, como em nosso país ainda impera grande desigualdade social, estas novas modalidades de desenvolvimento das ações/atividades humanas não são acessíveis para todas as pessoas, o que, infelizmente, aumenta a exclusão, acentua as diferenças entre as mesmas. A educação para as crianças das classes mais baixas da sociedade, está profundamente prejudicada e este prejuízo, deixará marcas para sempre na formação das delas, porém o mundo saberá disso. Precisaremos exercer a empatia mais do que nunca, a solidariedade salvará muita gente do sofrimento. Por último, não podemos deixar de falar das centenas de milhares de famílias enlutadas pela perda de seus membros familiares, ou ainda marcada pelas consequências trágicas da COVID-19. Que este período se transforme em um laboratório de grandes lições e mudanças para o mundo no pós-pandemia.
Por: Walline Alves
Fotos: Arquivo