VIII Seminário de Memórias é realizado no Campus Caxias em alusão aos 10 anos do Grupo de Pesquisa Histórias do Maranhão


Por em 18 de novembro de 2024



           

Na quarta-feira, 13 de novembro, o Campus Caxias da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) sediou o VIII Seminário de Memórias de Caxias, que teve como tema “Memórias em Movimento: A Permanente Disputa de Narrativas de História e Patrimônio em Caxias-MA”. O evento, organizado pelo Curso de História, comemorou os 10 anos de criação do Grupo de Pesquisa Histórias do Maranhão, coordenado pela professora doutora Salânia Melo, com apoio das professoras Joana Batista e Denise Salazar. A Direção do Campus também contribuiu para a realização das atividades.

A mesa de abertura, realizada na biblioteca, foi marcada por um “Café Histórico” e contou com a presença da Diretora do Campus, professora doutora Valéria Cristina Soares Pinheiro; o Bispo de Caxias, Dom Sebastião Duarte; o vereador Leonardo Barata; a professora Miramar, Diretora do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias; a professora Patrícia Santos; o professor doutor Jakson Ribeiro, Diretor do Curso de História do Campus; e a professora Salânia Melo. Também esteve presente a assessora da Direção, professora Maria de Fátima Alencar Rios.

Em seu discurso, a professora Salânia destacou: “Este momento representa para nós mais do que simbolismo, é uma parte significativa da nossa caminhada nesta instituição e nesta cidade. Já percorremos fábricas, praças, ruas, zonas rurais e igrejas, buscando mostrar que a cidade tem memória. Falar sobre este evento é lembrar como ele é recebido por todos, especialmente a partir da Direção do Campus. Nossos maiores e melhores parceiros são nossos alunos. Estamos aqui para celebrar a alegria de estarmos juntos, aprendendo juntos, à medida que construímos conhecimento. O que conquistamos nesses 10 anos é resultado de um trabalho coletivo. Temos memória histórica e nosso maior patrimônio somos nós mesmos”, afirmou.

A Diretora do Campus, professora doutora Valéria Cristina Soares Pinheiro, também fez uma reflexão sobre o evento: “Manter um evento por 10 anos não é fácil. Parabenizo os integrantes do grupo de pesquisa, que desenvolvem um trabalho de grande importância, e tenho acompanhado de perto. Sempre conversamos com a professora Salânia e outros docentes sobre a necessidade de organizar e preservar o material de Caxias, uma cidade histórica. Estamos em contato com autoridades para garantir um espaço destinado ao acervo resultante desse trabalho de pesquisa, algo muito importante para a cidade”, enfatizou.

Na sequência, a professora doutora Patrícia Santos, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), ministrou a palestra “Percurso da Fé: Memória e Patrimônio Religioso no Piauí e no Maranhão”. Ela explicou como a devoção popular, como a de Santa Cruz dos Milagres, ajudou na construção das cidades e manteve um ritual de fé por mais de 200 anos. No Maranhão, a pesquisa focou a memória religiosa em São João dos Patos e na Paróquia de São João Batista, com a análise da disputa na construção da devoção a São Francisco.

Durante a tarde, no auditório, o professor doutor Eloy Barbosa de Abreu (Uema Caxias) ministrou a oficina “Visibilidade a Memórias Invisibilizadas: A Linguagem do Audiovisual na Reparação do Conhecimento Histórico”. Ele destacou a importância de repensar a história a partir de uma perspectiva menos eurocêntrica, utilizando o audiovisual como uma ferramenta para dar visibilidade a memórias silenciadas, como as das religiões de matrizes indígenas e africanas em Caxias. O documentário “TERECÔ – A Força que Vem da Raiz” foi exibido como parte dessa proposta.

Em seguida, ocorreu uma mesa-redonda com autores de publicações do Grupo de Pesquisa Histórias do Maranhão. O professor Alcebíades Costa Filho compartilhou sua pesquisa sobre a produção familiar nas regiões do meio-norte do Piauí e Maranhão, enquanto o professor Ulisses Costa Cunha Júnior, mestrando do PPGE – Mestrado em Educação Profissional, abordou o estudo de documentos históricos de Caxias, destacando o tombamento de patrimônio e a descaracterização do centro histórico devido ao asfaltamento.

A professora Joana Batista discutiu temas relacionados ao patrimônio imaterial e às festas religiosas em Caxias, enquanto o professor doutor Adelino Frazão, do IFPI, falou sobre “João do Vale e a Invenção do Nordeste”, destacando o impacto cultural do cantor, que questionava as demandas sociais em suas canções.

O evento foi encerrado com uma apresentação do Samba de Rocha, e o Grupo de Pesquisa Histórias do Maranhão foi parabenizado pelos seus 10 anos de existência e contribuição à preservação e valorização da história e memória de Caxias.

Por: Emanuel Pereira/Campus Caxias



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