Parceria entre Uema Campus Caxias e Fapema incentiva pesquisa em tecnologias sustentáveis para produção de hidrogênio verde
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 30 de outubro de 2024
Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em parceria com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), está desenvolvendo tecnologias para produção de hidrogênio combustível com baixo custo, alta eficiência energética e sustentabilidade. O estudo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), foi contemplado pelo edital nº 12/2022 – Apoio a Pesquisas no Porto do Itaqui, e conta com o suporte da Direção do Campus.
O projeto é conduzido no novo Laboratório de Física Aplicada a Energias Renováveis, ligado ao curso de Física Licenciatura da Uema Campus Caxias. A pesquisa está sob a liderança dos Professores Doutores Juliermes Carvalho, Ediomar Serra e João Porto, e também envolve um técnico bolsista BATI – Bolsa de Apoio Técnico Institucional (Júlio César Carvalho) e quatro alunos bolsistas PIBIC – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Ana Carolina, Pedro Henrique, Sandro Gaspar e Quezzia Thayonara), do curso de graduação em Física. Adicionalmente, o projeto conta com o suporte do Laboratório Multiusuário de Raios-x do PPGF/UFPI, coordenado pelo Prof. Dr. Cleânio Lima, e do Laboratório do Grupo de Eletroquímica e Corrosão do PPGQ/UFC, coordenado pelo Prof. Dr. Pedro de Lina Neto.
Liderada pelo Prof. Dr. Juliermes Carvalho, a pesquisa foca no desenvolvimento de novos materiais catalisadores baseados em revestimentos de níquel e suas ligas, obtidos através da técnica de eletrodeposição com solventes biodegradáveis. Desde o início, o projeto teve uma orientação sustentável e tecnológica voltada para uma produção de energia limpa. O professor Juliermes destaca a importância de novas energias: “Existe uma necessidade crescente de alternativas aos combustíveis fósseis para atender as demandas de uma sociedade cada vez mais tecnológica e reduzir as emissões de carbono na atmosfera, ajudando a mitigar os impactos do aquecimento global”, afirma.
Nesse contexto, o hidrogênio verde assume um papel essencial na transição energética, oferecendo uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. O hidrogênio é geralmente obtido a partir da água por meio da eletrólise, um processo eletroquímico que separa as moléculas de hidrogênio e oxigênio. Quando alimentado por energia renovável (solar, eólica, biomassa, entre outras), o hidrogênio produzido é considerado “verde”, o que contribui para a redução significativa das emissões de gases do efeito estufa. O professor Juliermes ressalta, porém, que, “mesmo com o uso de energia renovável, o custo energético da eletrólise ainda limita a produção de hidrogênio em larga escala, um problema estudado globalmente por diversas áreas de pesquisa”.
Os resultados laboratoriais da equipe já confirmaram que a produção de hidrogênio verde por eletrólise da água, utilizando novos eletrocatalisadores nanoestruturados de baixo custo à base de revestimentos de níquel ligados a elementos mais nobres (como Fe, Co ou In) e alimentados por energia solar, apresentou alto desempenho energético (abaixo de 65 mV em 10 mA/cm²) e alta estabilidade eletroquímica em operação contínua por 120 horas.
“Em comparação com os eletrocatalisadores tradicionais de níquel (180 mV em 10 mA/cm²), nossos catalisadores são 2,77 vezes mais eficientes, o que representa uma importante contribuição científica para a transição energética do Maranhão e do Brasil”, explica o professor Juliermes. Os pesquisadores acreditam que esses avanços oferecem novas perspectivas para o crescimento econômico do país, consolidando sua posição como líder em tecnologias limpas e sustentáveis.
Por: Emanuel Pereira/Uema Campus Caxias
Fotos: Emanuel Pereira/Uema Campus Caxias