Conheça o Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica da Uema
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 24 de outubro de 2024
O Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica (PROETNOS), da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), foi criado em 2016 com o objetivo de promover a formação de professores oriundos de comunidades tradicionais no estado do Maranhão.
Esse programa busca oferecer licenciaturas específicas e diferenciadas para indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco, ribeirinhos, entre outras populações, permitindo que esses educadores assumam os processos de escolarização em suas próprias comunidades.
Atualmente, o PROETNOS oferece duas licenciaturas: a Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena (LIEBI) e a Licenciatura em Educação Quilombola (LIEQ). Essas formações estão distribuídas em sete municípios maranhenses e atendem a mais de 230 cursistas.
A LIEBI, voltada para a educação básica indígena, está disponível em quatro municípios: Barra do Corda, Bom Jardim, Grajaú e Santa Inês. A licenciatura é estruturada em diferentes áreas de conhecimento: ciências humanas, ciências da natureza e ciências da linguagem, proporcionando uma formação abrangente e adaptada às necessidades das comunidades indígenas.
Desde o início do programa, até abril de 2024, a LIEBI já formou mais de 50 profissionais, e atualmente, conta com mais de 100 alunos matriculados.
Já a LIEQ, é oferecida em Alcântara, São Bento e Itapecuru Mirim, com o objetivo de formar professores capacitados para atuar nas escolas das comunidades quilombolas. Atualmente, há mais de 100 matriculados.
Além dos cursos regulares, os alunos também participam de projetos de pesquisa e extensão. Sob a orientação da coordenadora-geral do PROETNOS, Profª Marivania Furtado, a aluna Rairiza Oliveira Guajajara, da LIEBI, conduz a pesquisa “Nas estradas do ‘desenvolvimento’: uma análise dos processos de escolarização em territórios indígenas afetados por rodovias federais no Maranhão”, com foco na abordagem decolonial na aldeia Tabocal da T.I. Rio Pindaré. Outro projeto de pesquisa é “Por uma prática educacional transformadora: Avanços e desafios na efetivação da Educação Escolar Quilombola no Maranhão”, coordenado pela vice-coordenadora do PROETNOS, Profª Tatiana Reis, com as orientandas Keila Raiane Câmara Silva (bolsista) e Samyra Santos Rodrigues (voluntária).
Outro projeto, de extensão, é o “Música e Cultura Tenetehara”, coordenado pelo Prof. Renato Moreira Castro, que envolve alunos da LIEBI, incluindo os voluntários Darlaiza Ribeiro Pereira Guajajara, Gerlan de Oliveira Viana Guajajara, Lucilene Guajajara Silva Reis e Rairiza Oliveira Guajajara, além da bolsista Railane Guajajara Oliveira.
A vice-coordenadora do PROETNOS, Profª Tatiana Reis, destaca o papel fundamental do programa nos territórios. “Os movimentos sociais, especialmente os negros, quilombolas e indígenas, têm exigido uma educação específica que combata o racismo e valorize suas contribuições à história do Brasil. Essa reescrita histórica deve ser levada a aldeias e quilombos. O PROETNOS desempenha um papel crucial ao garantir que indígenas e quilombolas participem ativamente do processo educacional em seus territórios, refletindo o compromisso da Uema com uma educação antirracista, preocupada com a justiça social”, disse.
Por: Karolynne Sodré