Professoras da Uema apresentam trabalho no IX SIMELP em Portugal
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 10 de setembro de 2024
As professoras Raimunda Nonata Reis Lobão e Mary Joice Paranaguá Rios, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), apresentaram trabalho no IX Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa/VI Congresso da AILP (IX SIMELP), realizado de 02 a 07 de setembro na Ilha da Madeira, em Portugal.
Intitulado “A sintonia do estudo do léxico na cultura maranhense apresentada nas toadas do Bumba Meu Boi”, o estudo explorou a intrínseca relação entre língua e cultura, tomando como foco o rico folclore maranhense, especialmente o Bumba Meu Boi.
O trabalho teve como objetivo evidenciar a simbiose existente entre a língua portuguesa e a cultura popular maranhense, investigando como as toadas do Bumba Meu Boi dialogam com o léxico e como isso pode ser um instrumento de valorização cultural. A pesquisa também buscou destacar a riqueza das variações linguísticas e o potencial dos estudos de semântica lexical.
Para a Profa. Raimunda Nonata, a apresentação no simpósio foi uma oportunidade única de divulgar a cultura do Maranhão em um espaço internacional de discussão acadêmica. “Apresentar o nosso trabalho em Portugal nos permitiu levar a história e o léxico do Maranhão para um público global, mostrando a importância de se valorizar as variações linguísticas e a cultura popular como componentes fundamentais do estudo da língua portuguesa”, destacou a professora.
Já a Profa. Mary Joice ressaltou a importância de integrar essas discussões à formação de professores. “O simpósio nos proporcionou suporte teórico e prático para refletirmos sobre o ensino da língua portuguesa, especialmente no contexto maranhense, onde a fala das personagens das toadas do Bumba Meu Boi se torna um valioso material de estudo lexicográfico”, afirmou.
O IX SIMELP é um evento que reúne pesquisadores de todo o mundo, promovendo debates sobre diferentes abordagens relacionadas à linguagem, língua (s) e cultura (s). Dentro deste cenário, o trabalho das professoras do Programa Ensinar se destacou por trazer à tona a maranhensidade através de um estudo que une teoria e prática, cultura e linguagem.
O trabalho foi, ainda, mais enriquecido com a inclusão de um poema que simboliza a maranhensidade, abrindo caminho para a reflexão sobre a importância de se preservar e estudar o patrimônio cultural do Maranhão.
Veja o poema:
SER MARANHENSE, de Maria Inez Silva Queiroz
Ser maranhense é admirar o francês
Falar bem português
Empregar o “TU” naturalmente
Com flexão verbal fluente
É vagar no Reviver
Do pôr do sol ao amanhecer
Ser erudito e popular
Sem, contudo, ser vulgar
É brincar o bumba-boi
Dançar reggae ao luar
Lembrar a criança que foi
E soltar pipa no ar
É degustar o caranguejo
Comer arroz de cuxá
Saber olhar um casarão
Sem com ele se assombrar
É singrar a vastidão do mar
É acompanhar o Divino
E com o badalar do sino
Ir à igreja rezar
É orgulhar-se da sua história
Trazer na memória a sua glória
E poder cumprimentar
Nauro, Montello e Ferreira Gulart
Por: Paula Lima