Curso de Geografia do Campus Caxias realiza palestra com professor da Universidade de Lisboa


Por em 2 de setembro de 2024



Na noite de sexta-feira, 30 de agosto, aconteceu no Auditório Leôncio Magno, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Campus Caxias, a palestra “Ousar a cidadania na educação: o Projeto Nós Propomos”, feita pelo professor Sérgio Claudino, da Universidade de Lisboa, Portugal. Estavam presentes acadêmicos de Geografia, de Pedagogia, o professor José Amâncio, do Campus Caxias, (representante do projeto no Maranhão) e o professor Raimundo Lenilde, da UFPI (Universidade Federal do Piauí).

O professor Manoel Barradas, Chefe do Departamento de Geografia e História, disse: “É com satisfação que recebemos o professor Claudino em nossa casa, como forma de dar essa parcela de contribuição na formação de nossos jovens. Aproveitem o máximo que puderem”, saudou.

O professor Sérgio Claudino falou: “Em relação ao projeto Nós Propomos, temos que quebrar barreiras e praticar a inovação. Essa inovação consiste em, nas escolas, implantar uma alteração na prática escolar. Superar uma barreira para poder inovar. Ele está implantado na Educação Básica e a ideia é que chegue ao Ensino Superior. O espírito é esse: que todos nós possamos contribuir para a comunidade. As escolas e universidades públicas são financiadas pela população, pelos cidadãos, então temos que retribuir aos que pagam impostos. Olhar para a comunidade, descobrir que problemas existem. Cumprimento os colegas brasileiros que abraçam esse projeto. Felizmente muitos tem conseguido difundi-lo. Então, é possível realizá-lo aqui, na Uema”, explicou.

O Projeto Nós Propomos iniciou em 2011, em Portugal. É de participação pública e visa colocar, na prática, o que é dito no discurso teórico. É um ensinar ativo, um olhar crítico sobre a sociedade.

Para o professor, educar é conduzir para fora de nós mesmos, para o mundo. A aprendizagem envolve 3 pontos: conhecimento, capacidade e atitude. O domínio da educação é um domínio de modas. Tudo muda, até os conceitos. Uma capacidade, por

exemplo, é fazer uma interpretação cartográfica. Sobre cidadania, deve existir uma educação voltada para atitudes, mudar a postura. O projeto contribui para o desenvolvimento da aprendizagem e de atitudes, pois o aluno conhece melhor os problemas da cidade e busca ter atitudes de intervenção.

O projeto tem relação com cidadania, pois trata de viver em comunidade, ciente dos deveres e direitos. É um projeto de cidadania, com ênfase maior nos deveres em relação à comunidade. Ele também falou sobre transições: a demográfica (que muda a nossa forma de pensar territórios); a digital (o modo como executamos as tarefas atualmente e como os políticos usam as redes socais a seu favor) e a ambiental (que é dramática, ultrapassando tudo o que é razoável). Essas transições são dificuldades para dirigentes políticos, acadêmicos e técnicos. Essas mudanças se mostram como desafios participados.

Ele citou o pesquisador Juan Tedesco, que acredita em um trabalho de socialização, numa transferência de responsabilidade da família para a escola. “No projeto, os jovens podem identificar problemas locais que eles consideram relevantes, buscam informações sobre eles e elaboram propostas de intervenção. Alguns princípios que devem ser seguidos são a responsabilidade comunitária (da educação geográfica e da escola) e o projeto deve ser acessível e inclusivo. Os alunos têm capacidade de pensar e agir. Essa capacidade é desenvolvida na prática”, ressaltou.

O palestrante exibiu em um telão algumas intervenções desenvolvidas pelo projeto em diversos locais, em escolas, universidades e comunidades.

“Temos que fazer os alunos pensarem nos problemas. O professor sempre tem um papel importante, claro. Mas, quanto maior autonomia tem o aluno, menor será a intervenção do professor. Os projetos se adaptam à realidade de cada lugar. A cidadania da participação é fundamental. A escola deve cumprir a função de socialização. Quando os pais colocam os filhos nas escolas, não é apenas para a aquisição de um conjunto de conhecimentos, como também os ajuda a educar, a ter comportamentos socialmente aceitáveis. A escola pode promover a participação pública. Todos temos que assumir desafios. O que diz o discurso teórico deve ter significado nas práticas escolares”, acrescentou o professor Sérgio.

Questionado sobre alunos tímidos, que pouco participam de atividades em grupo, ele respondeu: “Ao ver os amigos participando de alguma ação, ele fica motivado e resolve aderir, fazer parte. Tenta solucionar o problema encontrado com a equipe. É um trabalho cidadão, em grupo”, finalizou.

Por: Emanuel Pereira/Campus Caxias

Fotos: Emanuel Pereira/Campus Caxias



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