Pesquisadora da Uema aborda linha do tempo em estudo que revela a formação histórica do estado e da capital maranhense


Por em 30 de agosto de 2024



                                                             

Este ano de 2024 – 8 de setembro – São Luís completa 412 anos. O Maranhão foi um Estado muito importante no contexto das grandes navegações no período colonial e, hoje, considerado um dos estados da Federação Brasileira que tem ultrapassado épocas, vencido enfrentamentos, colecionado avanços e desafios sociais e políticos no decorrer de sua história antiga e contemporânea.

Na perspectiva de revisitar a história cronológica do Estado e da capital, a professora associada e pesquisadora Grete Pflueger, docente do  curso de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional (PPDSR)  da UEMA, realiza uma pesquisa que aborda a linha do tempo na formação histórica, com um minucioso estudo sobre a cartografia urbana do  Maranhão.

A pesquisa que remonta os acontecimentos nas transformações urbanas, por meio da cartografia de São Luís e do Estado é um verdadeiro tesouro para alunos, pesquisadores e para a sociedade maranhense contemporânea, visto conectar as pessoas a uma nova visão sobre o processo de formação do Estado, através de mapas que mostram a presença dos povos indígenas e o processo da colonização.

O estudo destaca que o Estado do Maranhão foi um ponto estratégico das grandes navegações do século XVI, na grande disputa pelo território, travada pelos europeus: franceses, portugueses e holandeses, sendo a cartografia uma imprescindível documentação deixada para contar a história da ocupação do território. A pesquisa, revela, ainda, que importantes cartógrafos europeus documentaram o Maranhão e sua geografia, a prova disso, é o material encontrado em alguns acervos de grandes bibliotecas pelo mundo.

De acordo com a professora  Grete  Pflueger, a análise da cartografia do Maranhão, feita por um estudo detalhado dos mapas do século XVII ao século XX,  faz parte de uma pesquisa de pós-doutorado no âmbito do Procad  Amazônia, sob a orientação da professora Rosa Azevedo, e tem por objetivo catalogar e analisar a cartografia de arquivos brasileiros e europeus, como um novo olhar sobre a presença dos povos ancestrais indígenas e sobre o processo de colonização europeia para investigar a formação do espaço urbano da capital, bem como o avanço da ocupação, por meio dos rios Itapecuru, Mearim e Munim, além de configurar-se num importante instrumento para o estudo de entendimento do processo de transformação urbana, social e da expansão da cidade de São Luís ao longo de quatro séculos.

“A pesquisa busca visibilizar a presença dos 3 povos que contribuíram para a formação do Estado do Maranhão: indígenas, europeus e africanos, lançando uma luz sobre o processo de formação e sobre a transformação urbana, dentro de uma temporalidade de quatro séculos até a contemporaneidade”, declara a pesquisadora.

Grete já identificou um conjunto de mais de 40 mapas elaborados por cartógrafos franceses, italianos, holandeses e alemães, em diferentes categorias como atlas, mapas geográficos, mapas urbanos e gravuras. Segundo ela, os mapas revelam os dados da geografia dos acessos pelos rios e a marcação das 21 aldeias indígenas Tupis e Tupinambás, descritas  em 1.632 pelos padres franceses Claude d’Abbeville e Yves d’Evreux, assim como o traçado original de São Luís, em xadrez elaborado pelo engenheiro Francisco Frias de Mesquita, na urbanização portuguesa.

“A permanência do traçado urbano original, projetado por Frias do século XVII  até os dias atuais, que equivalem ao largo do Palácio do Leões, ruas da Estrela e rua do Giz, juntamente com o conjunto da arquitetura Luso-Brasileira,  foram a razão do reconhecimento e inscrição pela Unesco do centro de São Luís, como patrimônio mundial em 1997”, informa a professora.

A pesquisa está sendo realizada na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, no setor de cartografia da Biblioteca Nacional de Lisboa, Biblioteca de Évora, Biblioteca Gallica de Paris e Biblioteca Nacional de Frankfurt, de forma presencial e nos acervos online, visando reunir todos os mapas do Estado em uma publicação didática destinada à comunidade científica e ao público em geral.

Por Alcindo Barros

Fotos da pesquisadora

 



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