Pesquisa investiga Sorovariedades de Leptospira em Peixes Neotropicais na Baixada Maranhense
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 9 de agosto de 2024
A pesquisa intitulada “Sorovariedades de Leptospira sp. circulantes em duas espécies de peixes neotropicais em área lacustre maranhense, Brasil” é de autoria de Izabela Alves Paiva, sob orientação da Profa. Dra. Nancyleni Pinto Chaves Bezerra, fruto do Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade da Universidade Estadual do Maranhão. O estudo foi um dos premiados no VII Prêmio Emanoel Gomes de Moura de Teses e Dissertações da instituição. Este estudo inovador e de relevância ambiental visou diagnosticar as sorovariedades de Leptospira sp. presentes em peixes de uma comunidade quilombola maranhense.
O estudo se concentrou no município de Anajatuba, parte da Baixada Ocidental Maranhense, uma região com grande potencial para pesquisas biológicas, sociais e econômicas. “Entender as doenças em animais selvagens e suas dinâmicas é crucial para a saúde única — englobando a sanidade animal, saúde humana e o meio ambiente — e para a economia do Brasil. Os resultados da pesquisa prometem contribuir significativamente para debates ambientais, sociais e políticos, além de subsidiar programas de manejo para conservação dos recursos pesqueiros da área em estudo e melhorar a percepção ambiental na região”, disse Izabela.
Desenvolvida na Comunidade Quilombola de Ponta Bonita, a pesquisa contou com o apoio local para a coleta de exemplares de peixes, destacando-se pela colaboração comunitária. As amostras foram obtidas em um ambiente favorável à sobrevivência da Leptospira sp., com água de baixa velocidade, pH de 7,31 e temperatura de 28,3 °C. Este é o primeiro estudo no Maranhão sobre sorovares de Leptospira em peixes, revelando uma prevalência de 80,95% (34/42) de anti-leptospiras com títulos variando de 1:100 a 1:400. Notavelmente, 100% (21/21) dos exemplares de Hoplerythrinus unitaeniatus (jeju) e 70,78% (28/36) das amostras de soro de Cichlasoma bimaculatum (acará preto) foram reagentes para Leptospira sp.
Para Izabela, a condução da pesquisa despertou um profundo interesse em áreas como sanidade, doenças infecciosas e docência. “Antes do projeto, eu já trabalhava com microbiologia, mas não planejava seguir na carreira acadêmica. Desenvolver esta pesquisa me mostrou habilidades em laboratório e na transmissão de conhecimentos. Trabalhar com uma temática totalmente incipiente de dados no Brasil e sem nenhum dado no estado do Maranhão me motivou ainda mais”, explicou .
A orientadora, Profa. Dra. Nancyleni Pinto Chaves Bezerra, enfatizou que o controle das doenças infecciosas é um grande desafio, devido aos diversos fatores envolvidos, como características dos hospedeiros, agentes infecciosos e condições ambientais. “Espero que os resultados deste estudo e o guia orientativo elaborado possam auxiliar na discussão e elaboração de estratégias de controle da leptospirose em áreas quilombolas, onde a pesca artesanal é fundamental para a alimentação e renda de muitas famílias”, frisou a professora.
A pesquisa de Izabela Alves Paiva não apenas avança o conhecimento científico sobre Leptospira em peixes, mas também promove um impacto positivo na saúde pública e na conservação ambiental na região maranhense.
A irmã de Izabela, Maria Isabel Alves Paiva, representou a irmã na premiação.
Prêmio Uema de Teses e Dissertações
O reconhecimento pelo Prêmio Uema de Teses e Dissertações foi um marco significativo em sua carreira. Atualmente, cursando doutorado e realizando um semestre em Lima, Peru, Izabela compartilhou sua pesquisa em várias universidades, destacando a temática “Leptospirose em Peixes” e planeja continuar seus estudos nesta área.
“Receber o Prêmio Uema de Teses e Dissertações dentre tantas pesquisas de alto impacto vinculada ao Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, desperta o sentimento de dever cumprido. O prêmio é um reconhecimento impar na minha carreira profissional, atualmente estou cursando Doutorado e fazendo um semestre em Lima/ Peru através do Programa de Doutorado Sanduíche e tive a oportunidade de palestra em algumas Universidades aqui sobre a temática “Leptospirose em Peixes” fazendo com que nossa pesquisa percorra voos ainda mais altos, para finalizar tenho muito desejo de continuar com os estudos de Leptospira em peixes, trabalhar com outras espécies de peixes, outros lugares”, finalizou Izabela.
Por: Paula Lima
