Pesquisa explora fatores de risco cardiometabólico e polimorfismo genético em pacientes renais crônicos


Por em 21 de agosto de 2024



A pesquisa Avaliação dos fatores de risco cardiometabólico e sua associação com o polimorfismo do gene nos3 em pacientes renais crônicos” realizada por Naruna Aritana Costa Melo, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Claudene Barros, no âmbito do Mestrado em Biodiversidade, Ambiente e Saúde da Universidade Estadual do Maranhão, investigou a associação entre fatores de risco cardiometabólico e o polimorfismo do gene NOS3 em pacientes renais crônicos. O estudo buscou compreender melhor as complicações da doença renal crônica (DRC) através da biologia molecular, com o objetivo de promover melhorias na qualidade de vida dos pacientes.

A ideia para a pesquisa, que foi uma das premiadas no VII Prêmio Emanoel Gomes de Moura de Teses e Dissertações da Uema, surgiu do envolvimento de Naruna com pacientes renais, onde atuava como voluntária em pesquisas nos Laboratórios de Processamento da Informação Biológica (PIB/UFMA) e de Aquisição e Processamento de Sinais (LAPS/UEMA). Com a introdução da biologia molecular através do Laboratório de Genética e Biologia Molecular (GENBIMOL/UEMA), Naruna viu uma oportunidade para aprofundar seu estudo sobre a DRC, uma doença multifatorial, visando entender melhor suas complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

“A análise sobre polimorfismo genético associado a progressão da doença renal e suas possíveis implicações cardiometabólicas na população renal é de extrema importância, uma vez que esse marcador genético, possivelmente, abrirá caminhos na prevenção de desfechos deletérios e subsequente morbidade relacionados às nefropatias, entre outras patologias”, disse ela.

A pesquisa foi desenvolvida em parceria com o GENBIMOL da Uema, campus Caxias, o LAPS da Uema, campus São Luís, e o PIB da UFMA. Os dados foram coletados através de questionários sobre variáveis sociodemográficas e avaliações de marcadores antropométricos, bioquímicos e hemodinâmicos dos voluntários. As amostras genéticas foram armazenadas a -80°C e analisadas no GENBIMOL/UEMA.

Os voluntários, incluindo pacientes do Centro de Prevenção à Doença Renal (CPRD) do Hospital Universitário da UFMA e estudantes da Uema, foram convidados a participar da pesquisa após serem informados sobre os objetivos e métodos do estudo. As medidas sanitárias recomendadas pela Organização Mundial da Saúde foram seguidas rigorosamente para evitar a propagação da Covid-19 durante a coleta de dados, iniciada em 2021.

“A pesquisa identificou uma predominância de participantes do sexo feminino, consistente com outros estudos da população renal. Foi observado que a presença da síndrome metabólica (SM) aumenta o risco cardiometabólico em pacientes renais, por isso seu rastreamento é importante, principalmente quando se trata de pacientes renais. Uma vez que, esses indivíduos precisam de intervenções mais intensas no estilo de vida em um estágio inicial para retardar a progressão das doenças cardiovasculares e lesão renal e, consequentemente, os desfechos indesejados”, destacou Naruna.

Um único indivíduo apresentou o polimorfismo Glu298Asp, o que não permitiu uma associação estatística com o risco cardiometabólico. Naruna enfatizou a necessidade de mais estudos para esclarecer o papel desse polimorfismo na suscetibilidade à SM e à DRC nos estágios pré-diálise.

De acordo com a pesquisadora, realizar a pesquisa “foi um grande aprendizado profissional e pessoal também. Superar os desafios inerentes a pesquisa foi com certeza um dos maiores aprendizados durante o mestrado acadêmico. Além disso, o mestrado interdisciplinar pela Uema foi uma experiência enriquecedora pela oportunidade de troca de conhecimento interdisciplinar entre profissionais de diferentes áreas que levarei sempre na minha prática profissional”.

“A pesquisa está em fase de envio para publicação em revistas científicas, prometendo contribuir significativamente para a compreensão dos riscos cardiometabólicos em pacientes renais e abrir novas perspectivas para a prevenção e tratamento da DRC”, frisou a orientadora, Profa. Maria Claudene.

A pesquisa de Naruna, desenvolvida em colaboração com várias instituições de ensino superior do Maranhão, representa um avanço significativo na compreensão das complicações da DRC através da biologia molecular.

Prêmio Uema de Teses e Dissertações 

O trabalho de Naruna foi reconhecido com o Prêmio Emanoel Gomes de Moura de Teses e Dissertações da Uema. “Superar os desafios inerentes à pesquisa foi um dos maiores aprendizados durante o mestrado. É uma grande honra receber este prêmio pela Universidade Estadual do Maranhão, instituição que fomenta a pesquisa científica e acredita em sua comunidade. Gostaria de agradecer e estender o reconhecimento a todos que me auxiliaram para concretizar a pesquisa, como meus orientadores, professores e amigos de laboratórios e voluntários. Recebo o prêmio com muita felicidade e entusiasmo para continuar estudando/pesquisando, e assim contribuir com melhorias para a sociedade”, comemorou Naruna.

A Profa. Maria Claudene destacou a importância do prêmio como um reconhecimento do trabalho realizado no interior do Maranhão. “Este prêmio indica que estamos no caminho certo e mostra o potencial dos nossos alunos para desenvolver pesquisas inovadoras e relevantes,” afirmou.

Por: Paula Lima



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