5º Seminário Intergeracional é realizado no Campus Uema Caxias


Por em 3 de julho de 2024



Foi realizado, de 27 a 29 de junho, no Auditório Leôncio Magno do Campus Uema Caxias, o 5º Seminário Intergeracional. Organizado pelo Campus Codó, o tema do evento foi “Educação ao longo da vida para velhice bem-sucedida”, com o apoio da FAPEMA. A coordenação geral foi da Profa. Dra. Deuzimar Costa Serra. A equipe organizadora era composta pela Profa. Dra. Maria de Fátima Sousa Silva e pelas especialistas Adriana Pereira da Silva e Cristiane dos Santos Silva. Os colaboradores foram a graduada Gabrielly Coelho de Castro e o graduando Lucas Ferreira Pires.

A palestra de abertura, proferida pela professora Deuzimar, foi mediada pela Profa. Me. Efigênia Magda de Oliveira Moura: “Em qualquer ciclo da vida podemos ser felizes. A melhor idade é essa. Não é vergonha envelhecer. A pessoa precisa se movimentar, pois nosso corpo é uma máquina. Temos que combater a invisibilidade, a desigualdade e o preconceito. Sentirmo-nos por cima. Não nos preocupemos em ter a estética que o capitalismo exige. A idade social é dada pela aparência. O preconceito ainda é forte devido ao sistema social”, explicou.

A professora Deuzimar apresentou uma tabela classificatória referente à idade dos idosos: 1-Meia-idade (45-59 anos); 2-Idoso (60-74 anos); 3-Ancião (75-90 anos); e 4-Velhice extrema (90 anos em diante). Ela prosseguiu: “Velhice é se reinventar, buscar entusiasmo. Não é por conta de um projeto frustrado que acontecerá o mesmo com outros planos. Outras coisas podem dar alegria. É preciso retomar o conceito de velhice, não se diminuir. Alguns fatores que causam a violência contra idosos são o convívio conflituoso, as transformações sociais e econômicas; não fazer mais parte do sistema produtivo e a exclusão social. Os valores não envelhecem, nem o respeito. Muitas vezes, o filho escuta mais os da rua que os de casa. A relação intergeracional tem como pilar o amor. Para uma velhice bem-sucedida é preciso uma convivência saudável”, complementou.

Foram apresentados fatores positivos e negativos que interferem no envelhecimento. Entre os positivos estão: casamento feliz; satisfação no trabalho; sensação de felicidade pessoal; capacidade de rir com facilidade e fazer amigos íntimos; tempo de lazer agradável; exprimir os sentimentos; visão otimista do futuro. Os fatores negativos são: depressão; não expressar as emoções; viver sozinho; dívidas; trabalhar mais de 40 horas por semana; arrependimento. Também foi citado que não existem políticas públicas educacionais que respeitem as peculiaridades da pessoa idosa.

Em seguida, ocorreu uma plenária com debates e propostas, além de uma dinâmica com Bumba-meu-boi.

Na manhã do dia 28, o professor Crismédio Vieira Costa Neto ministrou a palestra “Velhice não é doença e a (in)visibilidade das pessoas idosas”. Ele é gerontologista (estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social). Também é ativista da pessoa idosa e presidente nacional do Movimento “Vidas Idosas Importam”.

Ele falou: “Essa é uma discussão que o Brasil precisa ter. Vejo hoje um certo apagão das pessoas e isso dificulta a luta, pois abafa o nosso grito. Se o Estatuto da Pessoa Idosa fosse praticado, a gente não precisava se desgastar. A velhice não é o ponto final. Podemos ter problemas de saúde, mas não decaímos. Hoje, a diversidade do envelhecimento pode ser vista. O idoso está em várias áreas, até na universidade”, informou.

Em sequência, grupos de trabalho foram formados tendo como eixo a velhice bem-sucedida. Os pontos tratados foram: proposições sobre Relações Intergeracionais e lições adquiridas com as histórias de vida e trocas de experiências. Depois, mais uma plenária foi realizada para debates e propostas.

À tarde, aconteceram duas mesas temáticas. A primeira foi intitulada “A Judicialização da Saúde e os Direitos das Pessoas Idosas”, com o Prof. Me. Thiago Ibiapina Coelho e o Prof. Esp. Aymberê Alencar da Silva. A mediação foi do Dr. Crismédio Vieira e da professora Márcia Regina Ferreira Santos.

Segundo o professor Thiago: “O estado possui uma demanda gigante e nem sempre os recursos são suficientes. Quando um idoso tem intolerância à lactose, por exemplo, ele quer que a Prefeitura lhe forneça o alimento adequado. E quando é ajuizado um processo contra o município, existem gastos com os honorários do advogado. No caso de um medicamento, quando ele não é entregue no prazo ao idoso, é paga uma multa diária, e ela é pesada”, esclareceu.

“O orçamento da saúde começou a sentir os efeitos da judicialização. Uma boa opção para essas questões são as Câmaras de Saúde, onde os acordos são feitos. Para criar essas câmaras é preciso vontade política. Existe um guia digital sobre criação e acesso a essas câmaras que engloba vários quesitos, como tratamento e cirurgia, por exemplo”, acrescentou o professor.

O assunto da segunda mesa foi “Ações em Defesa da Pessoa Idosa”, mediada pela professora Deuzimar Costa, professora Efigênia e Dr. Crismédio. Participaram representantes das Secretarias de Assistência Social de Caxias e Codó, da coordenação diocesana da Pastoral da Pessoa Idosa (Caxias); do CREAS e do Lar da Divina Providência de Caxias.

“O líder do grupo na Pastoral visita quem não pode sair de casa, quem está acamado, desanimado. Temos um aplicativo para cadastrar visitas. O objetivo da visita é ser um ponto de apoio entre a família e o idoso”, disse Maria Júlia, Coordenadora Diocesana da Pastoral.

Cíntia, do Conselho Municipal do Idoso de Caxias, disse: “Somos responsáveis por 7 CCIs (Centros de Convivência do Idoso). O período mais difícil foi durante a pandemia. Familiares deixavam o idoso na porta dos hospitais para o Conselho tomar providências. O idoso fala, grita, mostra que está vivo. Nós trabalhamos o Estatuto do Idoso em cada CCI. É preciso que o idoso conheça o Estatuto”, afirmou.

Em seguida, um coral formado pelos idosos fez uma interpretação musical.

Na manhã de sábado, houve uma confraternização e um momento de lazer do Projeto Intergeracional e Programa UNABI na área da piscina do SESI/SENAI de Caxias.

Por: Emanuel Pereira/ Uema Campus Caxias

Fotos: Emanuel Pereira/ Uema Campus Caxias



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