Alunos do Programa Ensinar/Uema visitam Parque Eólico Delta IV, em Paulino Neves
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 29 de maio de 2024
Alunos do curso de Geografia do Polo Barreirinhas tiveram aula de campo no Parque Eólico Delta IV, em Paulino Neves/MA. O momento fez parte da disciplina Geografia Econômica, ministrada pela Profa. Dra. Elisabete de Fátima Farias Silva.
O objetivo foi problematizar questões pertinentes às discussões da disciplina Geografia Econômica: Desenvolver o quê? Para quem? Como? Em que sentido? Qual a relação entre concentração e distribuição dos lucros e impactos ambientais? Articulando ainda a escala local-global e problematizando o embate economia x ecologia a curto, médio e longo prazo.
Em campo, os estudantes discutiram o lugar do Brasil e do Nordeste no cenário mundial desse setor estratégico de geração de energia por fontes renováveis como a eólica; o papel do Estado frente a diversificação da matriz energética brasileira e a proteção das comunidades; a entrada e dependência do capital privado e externo; a visão econômica x ecológica da natureza (como limite, recurso e bem); a necessidade de regulamentação, fiscalização e organização em prol de uma transição energética justa.
“A aula de campo sempre complementa e expande os textos científicos lidos e discutidos em sala de aula. É uma possibilidade de atualizar a problemática, acrescentando novas questões, visões e perspectivas. Tanto que é comum encontrarmos visões diferentes sobre um mesmo fenômeno nas aulas de campo. O próprio trajeto até chegar ao Parque Eólico já compõe a aula, que visava problematizar o desenvolvimento econômico e sua dinâmica de distribuição desigual de lucros, riscos e impactos, com demandas e objetivos divergentes entre os agentes envolvidos. Além disso, os próprios estudantes enriqueceram muito a aula ao trazer suas experiências sobre esse megaempreendimento”, explicou a professora.
Ela, ainda, complementou: “a turma já havia realizado com antecedência leitura teóricas e debate sobre a realidade de outros parques eólicos no Nordeste e sobre as contradições do discurso de desenvolvimento sustentável e transição energética limpa e justa, salientando como os lucros e impactos são transferidos desigualmente em megaempreendimentos, agravando conflitos de poder e descompassos entre as necessidades do Estado, Setor Privado e Comunidades”.
A aluna Maiara de Souza destacou: “aprendi que a transição energética ela é necessária, mas ela precisa ser pensando de forma coletiva entre economistas e ecologistas para que haja benefícios concretos para as comunidades presentes nos locais de instalação”.
Para Alessandra Cardoso Silva, a experiência foi única. “Quando se fala no Parque Eólico, muitos imaginam apenas os benefícios, como a estrada que Liga Barreirinhas/Paulino Neves que, por sinal melhorou e muito, o que antes era 3 horas de estradas e areias, atualmente é minutos de estrada pavimentada; a reforma de uma escola e muitos outros benefícios como a geração de muitos empregos. Logo esta é a opinião de vários moradores, pois eles estão sendo beneficiados com alguns desses melhoramentos. Mas, há muitas dúvidas quando vamos presencialmente ao Parque Eólico: os nativos para ter acesso tem que pedir permissão; onde hoje tem as torres, antes eram lagoas que moradores pescavam. Por isso, para mim foi ótimo procurar entender os benefícios e também os impactos que serão gerados a médio e longo prazo para que possamos estar mais cientes e procurar conscientizar as pessoas a não se conformar com o que lhe é mostrado superficialmente” ressaltou ela.
De acordo com a aluna Antonia Santos Silva, “foi uma compreensão aprofundada de conhecimentos sobre os pontos negativos e positivos desse tipo de energia renovável. Aprendemos sobre os riscos que ela gera ao meio ambiente e os impactos ambientais e sociais para a comunidade local. Observamos o funcionamento das turbinas e como ela impacta na vida dos animais aéreos e terrestres. Os pássaros que habitavam aquela região hoje diminuiu, antigamente era bastante pássaros por ali”.
Por: Paula Lima/Programa Ensinar