Pesquisador da Uema explica abalo sísmico registrado no município de Cururupu
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 5 de abril de 2024
O município de Cururupu, no interior do Maranhão, registrou um tremor de magnitude 4,7, de acordo com dados do Centro Sismológico Euro-Mediterrânico na noite desta quinta-feira (4). Sobre esse assunto, o geógrafo e professor do Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema\Cecen), Prof. Dr. Luiz Jorge Dias, explicou detalhes sobre este fenômeno. O tremor registrado, segundo o professor, para o estado do Maranhão, não gera ocorrência de efeitos extremos.
“Maranhão é um território que está entrecortado por uma série de falhas e fraturas geológicas que podem passar por liberação de energia, seja próximo à superfície, seja em grandes profundidades”, explica o professor.
Segundo o Centro de Sismologia Euro-Mediterrânico, foi registrado um tremor de magnitude 4,7, em Cururupu, cidade no interior de Maranhão, com epicentro do tremor muito próximo do Oceano Atlântico, a uma profundidade de 360 km. Terremoto, ou abalo sísmico, corresponde a liberação instantânea de energia na forma de ondas sísmicas provocados por movimentos na crosta terrestre que se propagam pela Terra.
“É importante salientar que o Estado do Maranhão, como todo o território brasileiro, ele não está imune à ocorrência de abalos sísmicos, a despeito do que dizem os livros de geografia desde o início do século XX até o presente momento. Vão ocorrer abalos sísmicos na baixada maranhense, em algumas outras áreas como Imperatriz, ou mesmo nas reentrâncias, como é o caso de Cururupu e toda a região da Costa Oriental do estado”, comenta.
“O território maranhense está absolutamente configurando uma verdadeira colcha de retalho de poções de rochas que são separadas ou unidas entre si por essas falhas ou fraturas. E, nelas, vão ocorrer esses alívios de tensão. E isso vai explicar o que ocorre abalos sísmicos aqui na nossa ilha”, explica.
O professor enfatiza que até o presente momento, nem o Observatório Sismológico da Universidade de São Paulo (USP), nem o Laboratório de Sismologia da Rede Nacional de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB) atestam a ocorrência desse abalo, apenas o centro de pesquisas situado na região do mediterrâneo europeu e africano que apresentam essa possibilidade de ocorrência.
Doutor em Biodiversidade de Biotecnologia pelo Programa BIONORTE, o professor salienta que a população não deve temer, pois, além de serem pontuais, ou seja, ocorrerem em momentos específicos sem grande frequência, não geram em sua grande maioria qualquer tipo de dano.
“De certo é que nós não devemos ter medo, porque, esses abalos sísmicos são muito pontuais e a magnitude das ocorrências deles quando são registrados são na transição de pequena a média, isso faz com que tenhamos maior segurança para não ocorrência de eventos muito extremos”, finaliza.
Por: Gabrielle Siebra
Foto: EMSC/Reprodução