Aula Inaugural do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde é realizada no Campus Caxias


Por em 12 de abril de 2024



       

Na manhã de segunda-feira, dia 8 de abril, foi realizada no auditório Leôncio Magno, Campus Caxias da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), a aula inaugural com a nova turma de alunos do Programa de Biodiversidade, Ambiente e Saúde (PPGBAS).

A diretora do Campus Caxias, professora Valéria Cristina Soares Pinheiro, falou aos novos mestrandos: “O PPGBAS surgiu da iniciativa de um grupo de professores da qual fiz parte. Ele é fruto do esforço de muitas mãos. A administração superior não mediu esforços para que ele fosse implantado. O foco do Mestrado é inserir pesquisas para estudar problemas socioambientais decorrentes das doenças tropicais negligenciadas ou não, como arboviroses, tuberculose, etc. São criados protocolos e levantamentos da fauna e flora para promover o desenvolvimento científico e tecnológico buscando a solução de problemas ambientais e de saúde pública. Aqui temos potencial e pessoas capazes de produzir e elas só precisam de oportunidades. Esse mestrado foi o 1º do interior do Maranhão e tem importância fundamental para Caxias e região. A Uema sempre deu apoio a este Programa que, em 10 anos, formou 142 mestres”, narrou.

Ela prosseguiu: “Uma pós-graduação pede investimento financeiro e uma pesquisa exige dedicação total, pois existem prazos a cumprir. É uma atividade em que me realizo, pois formamos pessoas, contribuímos para a comunidade. A universidade cresceu muito após o Programa e o número de inscritos nunca caiu. Agradecemos a todos os colaboradores, professores, bolsistas e discentes que enaltecem com sua dedicação, compromisso e competência esse Programa, que é um marco na Pós-Graduação strictu sensu no Maranhão e no Nordeste. O atual coordenador do Mestrado é o Prof. Dr. Flávio Kulaif Ubaid”, destacou.

       

Em seguida, a palestra ”IBAMA, a importância e o papel na proteção dos ecossistemas” foi proferida pelo Analista Ambiental e Tecnólogo em Meio Ambiente Rômulo Soares Pedrosa Neto, chefe de Fiscalização do IBAMA/PI (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis): “Eu considero o IBAMA a melhor instituição de proteção ambiental do mundo. Não podemos nos nivelar por baixo. Nossa política ambiental é administrativa. Quem decide sobre prisões é a justiça, que pode aplicar sanções pecuniárias ou não. A fiscalização busca a educação, fazer com que a pessoa deixe de cometer o delito.  Nós agimos quando outros recursos falham, como a Igreja, a família. Os ilícitos ocorrem por falta de governança. Se uma empresa polui é porque alguém falhou”, explicou.

Segundo Rômulo Soares, a evolução do IBAMA vai desde o regulamento interno até o ingresso de novos concursados. Quem trabalha com a parte ambiental faz isso porque gosta. No caso de crimes ambientais, eles mudaram, não é somente ambiental. Muitos pássaros silvestres são resgatados das mãos de traficantes (a rota que fazem com esses animais é a mesma do tráfico de drogas). Nos ramos da mineração e madeira essas pessoas também estão se inserindo. São detectados também veículos roubados, jogos ilegais, trabalho escravo, drogas, armas ilegais, sonegação fiscal, trabalho infantil, fraudes.

“Nos crimes contra a fauna fazem muitas armadilhas. Um animal retirado de seu meio causa desequilíbrio e danos à saúde humana (ele pode transmitir covid, raiva, etc). Os maiores danos são causados à flora, ao ecossistema terrestre. É preciso educação e sensibilização ambiental. No centro de triagem, os animais apreendidos recebem cuidados e depois ocorre a soltura. Nesse momento percebemos que vale a pena o nosso trabalho. Em 13 anos, 375 mil animais foram devolvidos à natureza, no Brasil. Por isso precisamos de vocês, da Academia, para escrever uma nova história para a gestão ambiental no Brasil”, narra o analista.

         

A Técnica Ambiental do IBAMA/PI, Hileane Barbosa Silva, falou sobre a colaboração com as universidades: “Acredito no enfoque da interdisciplinaridade. Da necessidade da Academia dentro de instituições governamentais.  Temos demandas de pesquisa, mas ficamos focados em outras questões. Vocês têm muito a crescer e podem ser nossos colegas.  Precisamos conhecer mais sobre vários temas: a flora nordestina; valoração de compensação ambiental; métodos de custo de reparação; custo social do carbono. Creio que há uma possibilidade de parceria, cooperação técnica, com a Uema. As perspectivas são grandes e podemos mudar a realidade”, acredita.

Em seguida, o médico veterinário Fabiano Barbosa Pessoa, que é Analista Ambiental no IBAMA/PI, integrante do CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) fez uma dinâmica com os novos alunos do Mestrado, em que eles emitiam sons e se deslocavam imitando alguns animais. Também foram executadas músicas voltadas para a educação ambiental. No final da aula foram distribuídos livretos e cartazes educativos sobre o meio ambiente.

Por: Emanuel Pereira



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