Pesquisa na Uema estuda a Esporotricose em Gatos
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 22 de dezembro de 2023
A Universidade Estadual do Maranhão – Uema, desenvolve, por meio de seus pesquisadores, importantes estudos científicos na suas mais diversas áreas de atuação acadêmica, contribuindo com a sociedade e com os índices de desenvolvimento social, cultural e tecnológico.
No período de agosto de 2019 a agosto de 2023, foi realizado o diagnóstico da esporotricose – uma infecção causada por fungo – em gatos atendidos no Hospital Veterinário da Uema. A pesquisadora responsável pelo estudo é a médica veterinária e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UEMA, Allana Freitas Barros, que teve como orientadoras as professoras Ana Lúcia Abreu Silva e Larissa Sarmento, respectivamente.
De acordo com a professora Larissa, a doença tem tratamento de médio a longo prazo, para isso, segundo ela, o tutor do animal deve procurar o médico veterinário e buscar o diagnóstico, e em seguida, iniciar o tratamento, onde será administrado um antifúngico oral no animal.
Ela explica que o fungo é diagnosticado através de exames laboratoriais, quando observados sinais clínicos de lesões compatíveis com a esporotricose, originado do fungo Sporothrix sp.
A pesquisadora ressalta, ainda, que, a doença tem cura, tanto em animais como em humanos, e quanto mais rápido for o diagnóstico, maiores as chances de ter sucesso no tratamento, que varia conforme a condição clínica de cada animal e indivíduo. “É importante que sejam implementadas medidas de vigilância e controle necessárias para conter o crescimento da doença.”, disse Larissa.
Allana Barros, aponta que, durante os trabalhos, além dos exames para o diagnóstico – citologia e cultura fúngica – também foram feitos questionários epidemiológicos para a análise dos fatores de risco desses animais. Mostra que no estudo, foram diagnosticados 102 animais com esporotricose, destes, a maioria era macho, não castrado e com acesso livre às ruas.
A doutoranda esclarece, também, que a partir dos dados obtidos, foram elaborados materiais educativos sobre a enfermidade, e são realizadas ações de extensão com os tutores de animais atendidos no HVU-Uema, pelas alunas de medicina veterinária Juliana Sá Vitor e Anna Luiza Silva de Oliveira. “Os dados obtidos com a pesquisa podem auxiliar autoridades de saúde na aplicação de medidas de controle e prevenção para evitar o desenvolvimento da doença na região, tendo em vista que a infecção também é transmitida para humanos”, afirma a pesquisadora.
Já a professora Ana Lúcia Abreu Silva informa que a esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix brasilienses, que acomete principalmente gatos, e, ocasionalmente cães, assim como seres humanos. É considerada um problema de saúde pública devido ao alto contágio associado ao aumento da população felina, sobretudo animais errantes e semi-domiciliados, considerados reservatórios do agente etiológico.
Com essa pesquisa, foi observado que alguns animais acometidos pela esporotricose não respondem ao tratamento com o antifúngico de eleição (Itraconazol), por isso, estão sendo feitos estudos para avaliar a sensibilidade antifúngica dos isolados Sporothrix brasilienses circulantes em São Luís. Além disso, testes in vitro estão sendo realizados utilizando plantas medicinais da região para avaliar o efeito antifúngico em isolados Sporothrix brasilienses, pela doutoranda do PPGCA Nayara Silva Oliveira, sob orientação da profa. Larissa Sarmento.
Por Alcindo Barros
Fotos: Da Pesquisadora