Uema realiza o II Encontro Acadêmico, Político e Cultural do PROETNOS e IX Encontro em Lutas Sociais, Igualdade e Diversidades
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 4 de setembro de 2023
A Universidade Estadual do Maranhão (Uema), por meio do Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica do Maranhão (Proetnos), a única universidade do Maranhão que possui curso de graduação destinado exclusivamente para os povos indígenas e a única do Brasil com o curso de Licenciatura em Educação Quilombola, realizou na última sexta-feria (01), a abertura do II Encontro Acadêmico, Político e Cultural do PROETNOS e IX Encontro em Lutas Sociais, Igualdade e Diversidades, com o tema: “Práticas Docentes Interculturais e Lutas Antirracistas: por uma educação outra!”.
Presentes na mesa de abertura do evento, o reitor da Universidade Estadual do Maranhão, Profº Walter Canalles, comentou sobre a ampliação do Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica do Maranhão (Proetnos), para mais cidades.
“No encontro de hoje eu gostaria de agradecer aqueles que possibilitaram que o PROETNOS fosse criado, como o nosso antigo reitor, o professor Gustavo, a professora Miravânia, a secretária Rosilene que foi a responsável por apresentar a ideia do PROETNOS para o antigo reitor e gostaria de dizer que, eu como reitor, o governador Carlos Brandão e as professoras que ainda permanecem no programa, estão a frente do programa, temos essa responsabilidade não só da manutenção, mas como da devida da ampliação do programa. Já estamos então ampliando para duas turmas novas, em São Bento e outra em Itapecuru, logo, essa união de todos os profissionais que se empenham em desenvolver o seu trabalho, o seu papel da melhor forma possível, impulsiona a Universidade Estadual do Maranhão em dar prosseguimento e principalmente em ampliar os cursos do PROETNOS, e o que depender de mim, reitor Walter Canales, será mantido, ampliado e sempre em busca e melhorias”, comentou o reitor.
O evento contou com a presença de lideranças de povos originários que atuam no Estado, como o senhor Manoel do Chaco, representando o movimento quilombola do Maranhão, a professora Rosilene Guajajara, secretária adjunta dos Direitos dos Povos Indígenas do Estado do Maranhão e concludente da primeira turma de Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena, o Secretário Adjunto de Educação do Estado, Anderson Lindoso e Gerson Pinheiro, Secretário de Estado da Igualdade Racial.
“Estamos aqui diante de futuros professores que irão contar a história não pelo olhar do escravizador, mas, por aqueles que os seus ancestrais foram escravizados, está aqui hoje diante do corpo da Uema. Primeiramente eu quero parabenizar a visão desta faculdade do nosso estado, porque nobre reitor, hoje ainda somos o primeiro, mas logo outros copiarão os nossos projetos e cursos, porque é bom copiar o que é bom, mas por agora, como sempre, o Maranhão saiu a frente. Você aluna de umas dessas quatro turmas aqui do PROETNOS, a missão agora é de vocês, contar a história na visão dos nossos ancestrais. Eu já tenho quase sessenta anos, mas cabe a vocês passar a nossa história afrente e não permitir que aquilo que outrora foi tirado do nosso povo volte a nos assombrar”, comentou o representante do movimento quilombola do Maranhão, o senhor Manoel do Chaco.
“Com a luta das nossas lideranças, grandes lideranças que estiveram aí, hoje temos novos frutos. As sementes que aí foram plantadas de outras sementes que lutaram para garantir que nós indígenas possamos estar hoje em uma construção de uma licenciatura, algo gratificante. Algumas dessas lideranças, hoje, já não estão mais entre nós, mas, estamos aqui e deveríamos nos sentir honrados de carregar os ensinamentos dos nossos ancestrais e poder levar para as nossas futuras gerações cada vez mais conhecimento. Sou da primeira turma da licenciatura intercultural, no curso da ciência da linguagem, e hoje gostaria de parabenizar a segunda turma, com seus respectivos monitores. Há dez anos, nossas lideranças tinham a preocupação na área da educação de que nós não tínhamos professores indígenas com qualificação, com formação de nível superior, muito menos lideranças ou indígenas em direção de escolas. Hoje aqui, vemos a história mudar para podermos escrever ela com as nossas próprias palavras pela nossa perspectiva”, discursou a professora Rosilene Guajajara, secretária adjunta dos Direitos dos Povos Indígenas do Estado do Maranhão e concludente da primeira turma de Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena da Universidade Estadual do Maranhão.
O encontro aconteceu durante o período de 31 de agosto a 03 de setembro de 2023 com diversos palestrantes, assim como o palestrante de abertura, o Prof. Dr. Gersem Baniwa, doutor em Antropologia da Educação pela UnB e o primeiro professor indígena no Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília.
Por: Gabrielle Siebra
Fotos: Rafael Carvalho
