Insetos aquáticos da Bahia é tema de palestra do Projeto “Cuscuz com Ciência”, no Campus Caxias


Por em 8 de agosto de 2023



                     

Na quarta-feira, 2 de agosto, foi realizada no Auditório Leôncio Magno, Campus Caxias, a palestra intitulada “Insetos aquáticos da Bahia: LOA – projetos à projeções para o futuro”. A palestrante foi a mestranda em Zoologia Aiala Alana Pinheiro Ramos, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), de Ilhéus, Bahia. A atividade fez parte do Projeto “Cuscuz com Ciência”, promovido pelo PPGBAS (Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde), do Campus Caxias.

Aiala Alana falou: “A UESC é um pólo grande e temos uma região de mata. Desenvolvo atividades no LOA (Laboratório de Organismos Aquáticos). Trabalhamos com ordens de insetos consideradas sensíveis, como Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera.  Os organismos da Ephemeroptera têm um estágio de vida muito rápido, efêmero, por isso a razão desse nome. A Plecoptera necessita de um lugar bastante oxigenado, por isso ficamos contentes quando as encontramos, pois elas indicam um local preservado.  A Trichoptera é como se fosse um grupo irmão da Lepdóptera. Constroem casas no leito do rio (em pedras, folhas e com vários formatos). Uma de suas características é o fato de possuírem cerdas”, explicou.

                   

A pesquisadora apresentou os métodos de coleta em campo: “A coleta de organismos imaturos é feita de modo manual. Fazemos uma amostragem mais padronizada, com quantidades específicas. Os adultos são coletados com o puçá (apetrecho confeccionado com rede instalado numa armação em forma de aro).  Antes nós usávamos a rede de arrasto. Com ela as pedras batem nas folhas e atingem os bichos, e também recolhia areia, misturando tudo. Delimitávamos 30 metros e a cada 10 metros a rede era colocada. Eram feitas 3 sub amostragens. Fazemos coleta de multihabitats (lodo, areia, pedra) com mini amostragens, para termos o bicho da forma mais intacta possível”, narrou.

Existem alguns protocolos para coletas sobre o leito de um rio: saber se serão feitas de modo aleatório; se são viáveis especificamente para fazer a coleta, e se há ação antrópica no local (como a presença de casas).

Sobre o estudo de ninfas e adultos, a mestranda informou que nem todos os locais têm os dois. A equipe de pesquisa pretende retornar aos locais em que conseguiram coletar apenas um deles, pois a descrição só pode ser feita se os dois forem encontrados.

Sobre Taxonomia, ela disse que está sendo feito um trabalho na Reserva Ecológica Michelin, e as respostas obtidas têm sido diferentes, assim como os bichos. Alguns estão sendo descritos agora. Isso deixa os pesquisadores satisfeitos, tentando colaborar com diferentes grupos de investigação.

                       

Sobre projeções, Aiala citou a cabruca. Antes as plantações de cacau eram feitas ao sol. Depois foram sombreadas por árvores diversas. Daí surgiu o cacau cabruca (plantio do cacau feito sob a sombra das árvores da Mata Atlântica). Esse sistema teve início com os primeiros imigrantes. “Queremos investigar a Ephemeroptera na cabruca. Saber se o bicho que existe lá é diferente morfologicamente. Saber o que está relacionado ao efêmero e ao cabruca. Queremos avançar nas pesquisas, tentar alcançar toda a Bahia”, espera.

“O bairro onde ficamos é muito desinformado. Conversamos com alunos do ensino infantil para mostrar o que fazemos. Queremos alcançar um público diferente, não ficar apenas na esfera acadêmica. Estamos abertos para outros laboratórios”, concluiu.

Por: Emanuel Pereira



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