Uema Campus Caxias participa de café temático sobre cuidados paliativos na Atenção Primária à Saúde


Por em 7 de junho de 2023



                               

Na terça, dia 6, a Uema – Campus Caxias, através da direção do Curso de Enfermagem e da Liga Acadêmica de Educação e Saúde, participou de um café temático  com o tema “Cuidados Paliativos na Atenção Primária à Saúde”. As atividades ocorreram em uma casa de eventos situada no centro de Caxias (Assunção Eventos).

As ações foram organizadas pelas enfermeiras Andreia Almeida e Juliana Vidigal, pós-graduandas da especialização sobre o assunto, promovida pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Estavam presentes enfermeiros, médicos, residentes, profissionais da Vigilância Sanitária.

A diretora do Curso de Enfermagem, professora Rosângela Almeida, falou: “Participar de um evento dessa magnitude é de grande valia, pois entendemos que as mudanças, principalmente em decorrência da inserção de novas Políticas Públicas no Sistema Único de Saúde, devem-se a partir das discussões na academia, ou seja, desde os projetos pedagógicos dos cursos nas universidades”, acredita.

                                             

A enfermeira Andreia disse: “Hoje estamos acolhendo uma equipe da Unidade Básica de Saúde para gerar conversas significativas sobre cuidados paliativos. Trata-se de um projeto de intervenção do Hospital Albert Einstein e vamos introduzir os conceitos desses cuidados para a equipe. Agradeço à Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal de Saúde, UBS Trezidela, UEMA Campus Caxias e LAES (Liga Acadêmica de Educação e Saúde) do Curso de Enfermagem”.

Foi perguntado aos presentes o que entendiam sobre cuidados paliativos. Algumas das respostas foram cuidado, alívio, esperança, futuro. Foi elaborada uma “dinâmica do sagrado”, em que todos escreviam 5 coisas importantes em 5 aspectos: material, do corpo, sentimental, atividades favoritas e pessoas que amavam. Em seguida foi descrita a situação de um paciente com uma doença terminal e perguntava-se a sensação de cada um à medida em que o quadro dele se complicava.

“Como vocês pensam que as pessoas que cuidamos se sentem? Abandonadas, sozinhas. Temos que falar do sagrado de cada um, do que é inviolável, intocável, ligado ao sentimento. Sempre há o que fazer, e não falo em prolongar a vida, mas tornar esses últimos dias mais felizes. O termo “pallium” vem do latim (manto sagrado usado pelos cavaleiros nas Cruzadas para se protegerem das forças da natureza). Esses cuidados tiveram início com Cicely Sauders (1918-2005), assistente social, enfermeira e médica inglesa. Ela percebeu que os médicos não tratavam os pacientes com humanidade e começou a escrever artigos a partir de suas observações”, explicou Andreia.

Foi citado que é preciso dar qualidade de vida a quem tem menos tempo, ter compaixão pelo outro, apoiar. A atenção primária é o elo de ligação com a comunidade, o primeiro contato. Muitas vezes os profissionais de saúde chegam em casas onde não existe diálogo, por isso é preciso incluir a família no planejamento.

Alguns dos objetivos desses cuidados são: avaliar e controlar o sofrimento; capacitar a pessoa e a família; afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal; resolver problemas sociais e jurídicos e reduzir o impacto da pobreza sobre as pessoas.

                                         

A enfermeira Juliana se pronunciou: “Quando escutamos a expressão cuidados paliativos pensamos que ela se refere a pacientes que possuem doenças sem cura. O conceito mudou. Hoje significa cuidados para pacientes que possuem qualquer doença que possa levar à morte, não apenas aquele que está em fase terminal. É bom levar esse novo conceito aos profissionais. Podemos cuidar de um paciente que precisa desses cuidados não só no hospital, mas na atenção primária, que é a ordenadora de cuidados. Junto com a enfermeira Andréia fiz essa especialização pelo Albert Eintein. Estamos felizes pois essa é a 1ª turma dessa pós-graduação em cuidados paliativos na APS. É importante fazer parte disso, porque vamos sensibilizar profissionais da atenção básica da gestão municipal, trazer outro olhar sobre cuidados paliativos”, ressaltou.

Foi exibido um vídeo intitulado “Solitário Anônimo”, mostrando um paciente que desejava morrer e os princípios éticos da equipe que o abordou. Questionou-se a equipe sobre a origem do doente, de onde ele vinha, como vivia. A sua realidade, suas vontades. Não se pode mais ficar retido apenas a uma receita médica. Fazer o possível para acompanhar o paciente, participar, estar presente, saber de suas dificuldades.

O dentista Jalisson Soares, dentista da Unidade Básica de Saúde do bairro Trezidela, se manifestou: “Esse encontro é importante porque traz aos profissionais da UBS uma nova visão, um novo olhar sobre cuidados paliativos e como a APS pode tomar posse do papel dela ao aplicar esses cuidados. Importante também pois muitos dos estigmas que circundam o assunto podem ser quebrados. Antes pensava-se que o paciente que recebe esses cuidados não tinha mais jeito, expressão muito usada. Mas não é assim, muita coisa pode ser feita pela qualidade de vida dele”, concluiu.

Por: Emanuel Pereira



Últimas Postagens