Semana do Meio Ambiente 2023 é realizada no Campus Caxias


Por em 27 de junho de 2023



A Semana do Meio Ambiente 2023 foi realizada no Campus Caxias. As atividades foram realizadas pela equipe da AGA (Superintendência de Gestão Ambiental), presidida pela Profa. Dra. Deuzuíta Freitas, nos dias 23 e 24 no Auditório Leôncio Magno. O tema do evento foi “Desafios para o uso do plástico”.  Acadêmicos e alunos da Educação Básica estiveram presentes.

A Profa. Deuzuíta se pronunciou: “Acredito muito no trabalho em equipe e a AGA é comprometida com as questões ambientais. O Dia Internacional do Meio Ambiente é 5 de junho. Esperamos que a comunidade acadêmica tenha o compromisso de cuidar de seus resíduos, ser sensível com essas questões, pensando no Desenvolvimento Sustentável. Precisamos desenvolver nossa região e deixar um legado para nossos descendentes”.

                       

A pró-reitora adjunta da PROG (Pró-Reitoria de Graduação), Profa. Dra. Claudene Barros, falou: “É plantando a 1ª semente que vamos gerar frutos saudáveis. O plástico não é saudável, interfere em nossa saúde, devemos usá-lo menos. O ambiente grita, pede socorro. Para mim esse evento significa produzir, alastrar, disseminar o que há de melhor. A UEMA está na vanguarda das questões ambientais”, destacou.

A palestra inicial, com o assunto “Biodegradação e Poluição Plástica” foi da Profa. Dra. Girlene Soares Figueiredo, da UFPI (Universidade Federal do Piauí): “No mundo da decomposição há o envolvimento de microrganismos, como fungos e bactérias. Em 1950 foram produzidos 2 milhões de toneladas de resíduos plásticos. Em 2019 esse número passou de 400 milhões. Usamos plástico das formas mais versáteis. Além de biodegradar, é preciso que os microrganismos eliminem a parte tóxica. Foram descobertas 95 enzimas que degradam plásticos”, relatou.

Segundo a professora, as enzimas ajudam a despolimerizar o produto, mas nem sempre isso é suficiente. A maioria dos polímeros, as subunidades, podem ser reaproveitadas (reciclagem) e gerar outro lixo, que não seria um lixo novo.

À noite ocorreu a palestra “Hidrogênio Verde: Potencialidades, Desafios e Perspectivas Futuras”, com o Prof. Dr. Juliermes Carvalho, do Departamento de Física e Matemática do Campus Caxias: “É um assunto relativamente novo. O hidrogênio verde é promissor porque quando é queimado não emite nenhum gás poluente. A principal fonte dele é a água. Gera energia por explosão, é feito pela quebra da água (molécula), surgindo energia que vem de eletrocatalisadores. Energia renovável, sem uso de energia fóssil”, explicou.

                     

Segundo o professor, algumas potencialidades desse recurso são: ser uma fonte limpa de energia; alta energia de combustão e uso em células combustível (recebe energia do hidrogênio verde e a converte em energia mecânica, produzindo calor). Entre os desafios estão seu alto custo de produção e problemas de armazenagem (é muito leve, tem menor densidade, gasta-se para comprimí-lo). No que se refere às perspectivas, há um mercado global em que a produção pode chegar a 225 bilhões de dólares até 2030. Em 2050 a maior parte do transporte rodoviário será feito com hidrogênio e eletricidade.

As ações estão sendo desenvolvidas no Laboratório de Pesquisa em Eletroquímica e Física Aplicada a Energias Renováveis do Campus Caxias. Um projeto de pesquisa foi submetido à FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão) e à EMAP – Porto do Itaqui (Empresa Maranhense de Administração Portuária), foi aprovado e os trabalhos começaram. Os equipamentos foram instalados, a estrutura foi montada e o foco é produzir hidrogênio verde através da eletrólise da água. É um processo simples, com metodologia fácil.

O professor Julierme, entre os resultados esperados, deseja contribuir para a elevação dos padrões de qualidade da ciência e tecnologia da UEMA e do EMAP, especialmente no que se refere à energia renovável. E mostrar a possibilidade de implementação do uso de hidrogênio combustível em operações portuárias através de células combustíveis ou motores à combustão.

Na manhã do segundo dia aconteceu a palestra “Lavoisier: Oficinas de Reaproveitamento de Plástico para impressão 3D”, com o Prof. Mestre Jorge Henrique Silva Júnior, do IFPI (Instituto Federal do Piauí): “O homem cria produtos que a natureza não conhece, como o plástico. O reaproveitamento de um resíduo sólido é feito quando suas propriedades físicas não são alteradas, e, na reciclagem, esse resíduo é transformado”, frisou.

De acordo com o pesquisador, o Projeto Lavoisier busca desenvolver tecnologia de reaproveitamento doméstico (pequena escala) ou acadêmico. É uma oficina que repassa o que foi desenvolvido. São fabricados objetos 3D a partir de múltiplas camadas. É preciso uma habilidade de impressão para fazer modelagem, tratar o objeto e controlar a temperatura do ambiente. O material produzido é filetado e extrusado. Foi desenvolvida uma extrusora artesanal para baratear o produto (máquina que transforma, por processo a quente, diversas resinas plásticas).

“Aplicado no contexto educacional, o equipamento pode dar novo valor ao pet, por exemplo, gerar um novo pensamento. Pode ser usado em todas as áreas da ciência (partes do corpo, átomos, animais) e necessita ser implantado nas escolas. Não aproveitamos o pet por falta de criatividade. Que ele seja olhado pelo valor que tem, uma oportunidade de emprego, não apenas como vilão. Hoje até casas são feitas com impressão 3D”, informou.

                            

No período da tarde, o assunto “Empreendedorismo de Impacto: Compostagem como solução Para Resíduos Orgânicos Urbanos”, foi exposto por Carla Araújo e Juliana Campelo, da startup “É de SoL”, de Teresina, Piauí: “Como reduzir a quantidade de resíduos e o que fazer com eles? O plástico é projetado para durar até 400 anos. Não adianta apenas tirar o lixo de nossa casa. O caminhão de coleta apenas transfere o problema de lugar. Os aterros sanitários só aumentam, pois não há incentivo. A compostagem (transformação de resíduos orgânicos em adubo natural) diminui a emissão de metano, converte matéria orgânica em solo estável e rico em nutrientes, reduzindo os lixões”, falou Juliana.

Foi dito que os microrganismos decompõem o lixo orgânico e daí surge um líquido escuro (chorume)que penetra o solo e as águas dos lençóis freáticos. Surge também o gás metano, que aumenta a temperatura do ambiente.

Alguns dos benefícios da compostagem: redução do mal cheiro doméstico; prevenção de doenças e animais indesejados; produção de adubo orgânico e geração de empregos verdes. A startup oferece a compostagem como alternativa de destino aos resíduos da cidade.

“Com essa ação visamos formar senso de responsabilidade ambiental e mudar a forma como Teresina lida com os resíduos orgânicos gerados por moradores e empresas”, concluiu Carla Araújo.

Após as falas foi ministrada uma oficina ao lado do auditório que demonstrou como aproveitar sobra de óleo comestível para transformá-la em sabão.

Por: Emanuel Pereira



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