V Letras Conversa é realizado no Campus Caxias
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 2 de maio de 2023
Foi realizado, no dia 28 de abril, no Auditório Leôncio Magno, Campus Caxias, o “V Letras Conversa”. Diversos acadêmicos do Curso de de Letras fizeram apresentações orais.
“O evento foi organizado pela LICLE (Liga Interdisciplinar dos Cursos de Letras), em parceria com o Departamento de Letras e os grupos de pesquisa NUPLIM (Núcleo de Pesquisa de Literatura Maranhense) e LAMID (Grupo de Pesquisa em Literatura, Arte e Mídia). O objetivo do evento foi proporcionar aos discentes do Curso de Letras a oportunidade para compartilharem suas pesquisas e atividades desenvolvidas em sala. Também tem o intuito de motivar os demais alunos à imersão na pesquisa acadêmica” explicou Rauenas Oliveira, uma das organizadoras do evento.
Na abertura houve a apresentação (voz e violão) da aluna Êmile Raquel, como atração cultural.
A primeira apresentação oral foi ”A influência das ondas feministas dentro da literatura manifestada na obra Insubmissas Lágrimas de Mulheres,de Conceição Evaristo”.
Em seguida falou-se sobre o maranhense Ubirajara Fidalgo, com base em um monólogo. Foi dito que ele, um negro, sempre quis demonstrar sua luta. O texto mostra uma crítica às visões racistas da época e sua imposição contra um racismo estrutural.
Logo depois o assunto abordado foi “Aspectos Sócio culturais na obra Cazuza; o Rito da Morte”, livro de Viriato Correia.
O acadêmico Daniel Vítor Neri Silva apresentou “Vida e esperança: a importância da poesia de Augusto dos Anjos na contemporaneidade”. Segundo Daniel, o autor estava numa categoria literária indefinida. Era considerado estranho, muitos diziam que sua poesia era ruim para ser lida. Era lembrado como “poeta da morte”. Em seus escritos o poeta não despreza a esperança, diz que ela não deve ser considerada dogma.
As alunas Flávia Sara e Letícia de Jesus analisaram a obra “o Cortiço”, de Aluísio Azevedo e as suas relações com os temas da atualidade. “Quando lemos temos a impressão que estamos na cabeça dos personagens. No século XIX tudo era oculto. Podemos ver pobreza, homossexualidade, corrupção, adultério, escravidão. Situações que existem hoje”, disse Flávia Sara.
Êmile Raquel e Maria Letícia apresentaram análise do conto “O espelho”, de Machado de Assis – “Esboço de uma nova teoria da alma humana” na perspectiva de Jacques Lacan em “A Teoria dos Espelhos”. Segundo elas, o que somos é um arcabouço das trocas que fazemos com outras pessoas. Todos somos egocêntricos e narcisistas.
O evento teve prosseguimento à tarde. Antes das apresentações a acadêmica Liana Raquel, do 4º período, recitou poesias.
A aluna Érika Albuquerque tratou sobre “A autobiografia presente na obra de Clarice Lispector”. Na crônica “Banho de Mar”, a escritora recorda quando ia com a família bem cedo para banhar no mar. Em “Uma lembrança de uma fonte, de uma cidade”, nota-se que, na poesia, ela lida com a palavra e com situações imagéticas. Descreve a cidade de Berna, na Suíça, que representava o vazio, a solidão, um lugar de memória.
Luziane Santos, Davi Alves e Raimunda Lira, do 3º período, analisaram a obra “Jane Eyre”, de Charlotte Bronte. “Ela descreve a personagem e é inserida no romance. Mesmo sob condições desfavoráveis, sempre buscou melhorar”, ressaltaram.
Max Mateus apresentou ”Uma leitura psicanalítica do conto A Mulher do Pai, de Nélida Piñon”. Segundo ele, existe uma disputa entre pai e filho. O filho inspira-se no pai e ao mesmo tempo sente-se oprimido. Uma relação familiar disfuncional. O pai fazia questão de fazer o filho sofrer e se alegra quando a esposa morre, pois ela o perseguia devido às suas traições.
O tema “Análise das características do ultrarromantismo presentes na obra Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco”, foi exposto por Rauenas Oliveira e Lara Pires. De acordo com as acadêmicas, os textos são melancólicos, depressivos, com a presença e valorização do eu, do pessoal, de quem sofre por amor. Só ele deve ser entendido e isso gera extremismos. Um sentimento exagerado, onde o sujeito é o centro da discussão.
Taís Andrade e Max Mateus falaram sobre “O discurso da manipulação na obra Animal Farm”. Para eles, aceitar a servidão é o que faz o totalitário se estabelecer. A obra registra aspectos relevantes entre o que é manifestado discursivamente e as ações.
À noite, no encerramento, a Profa. Dra. Thaís Fernandes, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), proferiu uma palestra online com o tema “Por que ensinar latim nos dias de hoje?”, mediada pelo Prof. Dr. Emanoel Pires (UEMA).
Segundo a palestrante, “O latim é uma cultura próxima da gente. Precisamos ter noção de onde vieram esses fenômenos linguísticos de hoje. Isso nos dá consciência da morfologia, da sintaxe, consciência linguística. Quando estudamos uma língua, não ficamos apenas com a gramática, mas com a história, a cultura. Quando lemos sem preconceito, aprendemos sobre como a gente é, no caso do latim, a leitura dos clássicos”.
Por Emanuel Pereira