Uema e SEAP discutem a construção de um projeto de oferta de cursos superiores aos reclusos no sistema prisional do Maranhão
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 24 de março de 2023
A Universidade Estadual do Maranhão (Uema), por meio da Pró-reitoria de Graduação – PROG e do Núcleo de Tecnologias para Educação – UemaNet, iniciou junto à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária – SEAP a construção de um projeto de oferta de cursos superiores aos reclusos no sistema prisional do Maranhão.
Em visita ao sistema prisional de São Luís, na manhã de ontem (23), a Pró-reitora, Mônica Picollo e os assessores, Karina Bionde e Claudio Eduardo de Castro da PROG, e a Coordenadora Geral do UemaNet, Lígia Tchaicka, se reuniram com os representantes da SEAP para avançar nas tratativas no sentido de aproximar a Uema aos programas de ressocialização da Secretaria.
O objetivo da reunião foi discutir e avaliar a viabilidade de infraestrutura para implantação de cursos, presenciais e a distância, para os aprisionados do Complexo de São Luís. A iniciativa da Uema é pioneira no Brasil, por ofertar, além de cursos à distância, os presenciais.
De acordo com o assessor da PROG, Claudio Eduardo de Castro, “até hoje as iniciativas em ensino superior para os apenados do sistema prisional brasileiro só atuam pelo modelo EAD. Porém, vários deles e delas obtiveram êxito no ENEM, e não podem acessar o ensino superior presencial. Além disso, o modelo à distância não consegue oferecer o papel do tutor, tão importante para essa modalidade. A Unidade feminina conta com duas salas de aula que podem abrigar cursos superiores, o que contribuirá com a ressocialização quando estiverem em liberdade, somando esforços com os programas já existentes, como os de trabalho e capacitação e os Ejas”.
“Trabalhamos em duas frentes, a presencial e a EAD. A presencial exige maior detalhamento, portanto a modalidade à distância, pela existência de expertise do UEMANET, será a que primeiro ofertará cursos, não só de ensino superior licenciado e bacharelado, mas tecnólogo e técnico. As ações vêm sendo construídas com muito cuidado e focadas na realidade dos futuros alunos da Uema no sistema prisional do Maranhão, pois tratar-se da primeira experiência no país a ofertar essa modalidade para as unidades nas quais os apenados cumprem suas penas”, enfatizou Claudio Eduardo de Castro.
A Coordenadora Geral do UemaNet, Lígia Tchaicka, destacou que “o intuito do projeto é fortalecer a socialização dessas pessoas e oferecer possibilidades de formação para os que estão aprisionados. É importante frisar que o Maranhão é destaque na Gestão Prisional”.
“Discutiu-se a possibilidade de cursos de graduação e também de formação continuada para atender tanto os aprisionados que já tem o nível médio quanto os que têm apenas o fundamental”, disse Lígia Tchaicka.
As tratativas estão na fase diagnóstica e de construção de instrumento de acordo institucional, dos quais sairão o modelo e quais cursos atendem as necessidades dos detentos, pensando em sua futura integração ao mercado de trabalho e documento oficial de parceria entre a Uema e a SEAP. Portanto, o próximo passo é a definição do número de vagas que serão ofertadas e a definição das estratégias para a execução desses cursos.
Espera-se iniciar o projeto pela unidade feminina, por já haver demanda concreta, ao passo que se estenderá às demais unidades, masculinas e outras do estado, a partir da concretização dessa primeira experiência. A intenção é de se firmar uma nova fase no modelo prisional, na qual não só se busque a ressocialização pelo trabalho, mas pela formação de ensino em todos os seus ciclos. Essa é uma necessidade não só para a diplomação do apenado, mas também pelo papel formador que tem o ensino superior.
Por: Karla Almeida