UEMA cria comitê especial para debater violência de gênero


Por em 8 de março de 2023



                                             

Nessa terça-feira (7), ocorreu a primeira reunião do Comitê de Prevenção e Combate à Violência de Gênero da Universidade Estadual do Maranhão. O encontro promoveu a finalidade do comitê de construir, efetuar e viabilizando coletivamente uma rede de suporte para estudantes vítimas de violência sexual e prevenir que tais violências ocorram, promovendo ações de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres dentro da Universidade Estadual do Maranhão.

“A preocupação da política atua no fato de que vivemos em uma comunidade acadêmica onde existem relações de todos os âmbitos e em diversos níveis, onde mais de duas mil pessoas circulam diariamente pelo campus e a preocupação é de saber se existe uma política de combate a violência. Então, muitas mulheres podem estar sofrendo violência e estão se silenciando pois não existia esse canal de denúncia”, explica a Profaº Drº Neuzeli Maria, atual presidente do comitê.

Foto: Gabrielle Siebra

“O comitê tem como função primordial firmar um alicerce em três eixos que são: Prevenção, Assistência e Combate à violência de gênero. Eles servem para nortear todo o processo de atuação do comitê, que seguirá um protocolo com regras básicas de atendimento, acolhimento e proteção, que pretende trabalhar no campo da prevenção, com formação, palestras e campanhas dentro da Universidade que é de suma importância para a prevenção contra a violência de gênero”, reitera a professora.

O presente comitê é formado por discentes, servidoras docentes e técnicas administrativas da UEMA, onde cria uma rede que garante suporte às suas demandas, respeitando sua autonomia e o sigilo das informações.
“O comitê carrega essa função de acompanhar esses casos de encaminhar e prestar ampla assistência à vítima. A depender do grau e característica de cada caso, como quando falamos de assédio, por exemplo, falamos da implantação de um processo administrativo, encaminhamento dessa vítima para os órgãos competentes, como a delegacia com a implantação posteriormente de um processo judicial, encaminhamento para a defensoria pública do estado”, esclarece a professora.

O Comitê de Combate à Violência de Gênero da UEMA também atuará na prevenção e enfrentamento da violência em diversas nas suas mais diversas variações e expressões, desde a violência física, sexual e psicológica, até o racismo e a transfobia, ratificando também a existência de violências patrimoniais, morais, institucionais e simbólicas, como a falta de segurança vivenciada pelas mulheres no ambiente acadêmico.
O vice-reitor da Universidade Estadual do Maranhão, o Profº Drº Paulo Catunda, também fez-se presente na primeira reunião do Comitê reiterando o apoio da reitoria com as ações estabelecidas pelas representantes da comissão.

“Primeiramente parabenizar pela pluralidade do comitê de setores diferentes, de alunos , de entendimentos diferentes, eu conheço muitos aqui. Então essa junção de entendimentos vai enriquecer muito, e uma das ações que como vice-reitor eu solicito a vocês, é que o comitê não ficasse só aqui, no Campus Paulo VI, mas que erradicasse para os outros Campi, para lugares onde as pessoas enfrentam talvez uma dificuldade até maior em denunciar alguma violência”, comenta o vice-reitor.

Foto: Gabrielle Siebra

Uma das representantes do corpo discente, a aluna Daiane Salles, estudante do Curso de História, conta a importância da representatividade de alunos, comunidade LGBTQIAP+, mulheres gestantes, mães e deficientes dentro do Comitê da Universidade Estadual do Maranhão.

“Devemos pensar nas pautas como a parte mais baixa da hierarquia no ambiente acadêmico, onde sofremos violência e muitas vezes somos invisibilizadas, até mesmo de professores, funcionários da instituição, por muitas vezes como uma mulher trans já sofri transfobia por parte de alguns funcionários e foi muito complicado para mim até denunciar esse tipo de situação, onde não existia esse canal que se forma hoje aqui em sua primeira reunião, portanto, acho importante ter a visão dos estudantes, não apenas de professoras, pois como docentes, fica difícil ver pela nossa perspectiva”, explica Daiane.

Por: Gabrielle Siebra



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