UEMA realiza a solenidade de outorga de grau da primeira turma do PROETNOS


Por em 11 de outubro de 2022



                                                             

A Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), por meio do Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica da UEMA – PROETNOS, realizou na tarde de hoje (11), a primeira Cerimônia de Colação de Grau do Curso de Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena. O evento aconteceu no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) – Campus Paulo VI.

Foram cerca de 60 profissionais distribuídos nos cursos de Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena – Ciências Humanas; Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena – Ciências da Linguagem e Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena – Ciências da Natureza.

A solenidade contou com a presença do governador do Maranhão, Carlos Brandão; do reitor, Gustavo Pereira da Costa; do vice-governador eleito e ex-secretário de Educação, Felipe Camarão; da coordenadora do PROETNOS-UEMA, Marivânia Leonor Souza Furtado; além de secretárias de Estado; pró-reitores; professores; autoridades e convidados.

O reitor da UEMA, Gustavo Pereira da Costa disse em seu discurso: “Hoje é um dia de histórias e um dia de compromissos, essa é a Universidade Estadual do Maranhão, universidade de todos e, absolutamente de todos os maranhenses, universidade de todos os saberes e conhecimentos, de todos os povos que vem de todos os territórios, uma universidade que se abre para o mundo, sem perder de vista suas raízes. Viva a Universidade Pública!! Viva a UEMA!! Viva o povo do Maranhão”.

                                                                       

De acordo com o governador Carlos Brandão, “o Brasil e o Maranhão têm uma dívida histórica com os povos indígenas e o Maranhão se mostrou mais uma vez protagonista ao ofertar o programa como o PROETNOS que forma indígenas e quilombolas para serem os agentes principais na educação do seu povo. Hoje é motivo de muito orgulho estar participando dessa solenidade, dividindo essa alegria com vocês”.

Os oradores oficiais da cerimônia foram as concludentes Jacinta Rodrigues Guajajara, da turma de Ciências Humanas e Inai’ury Carneiro Pompeu, da turma de Ciências da Linguagem e o aluno Siloide Fernandes, da turma de Ciências da Natureza.

A formanda Jacinta Rodrigues Guajajara mencionou a imensa gratidão a todos e todas que contribuíram com esta grande jornada. “Falar da licenciatura é falar de um grande sonho realizado e de uma missão cumprida. Este curso foi de grande importância na vida de cada um de nós, pois por meio desse curso descobrimos dia após dia a importância de aprender, ensinar e de respeitar nossa cultura e, principalmente, construir uma educação específica e diferenciado para nós povos indígenas do Maranhão e do Brasil. Aprendemos também a respeitar a opinião do outro e abraçar os desafios da profissão que cada um de nós escolhemos. O nosso esforço para chegar até aqui valeu a pena, os obstáculos foram vencidos e traçamos metas, com isso, abraçaremos nossos desafios profissionais”.

A concludente Inai’ury Carneiro Pompeu frisou, “nós indígenas podemos estar onde a gente quiser, em qualquer lugar, seja em universidades, seja em escolas, em qualquer área que a gente quiser exercer, pois não somos melhores, nem piores do que ninguém e somos capazes de realizar todos os nossos sonhos e hoje estamos aqui dando a resposta para quem duvidou ou questionou a nossa presença dentro da universidade”.

O formando Siloide Fernandes enfatizou a importância desse curso, “foi uma experiência nova onde tivemos uma troca de conhecimentos com outros povos de diferentes etnias, que tem os mesmos objetivos para com seu povo, sendo protagonistas de suas histórias”.

O paraninfo foi o professor Aldir santos de Paula que destacou, “os professores indígenas, em suas respectivas áreas têm um desafio: não esquecer os valores do seu povo, não esquecer a ciência construída pelos seus antepassados, não esquecer que a luta pela terra é essencial para a manutenção e preservação da cultura e da língua, já que nos tempos atuais o isolamento físico e cultural, nem sempre é possível, mesmo que alguns assim o desejem. Ao mesmo tempo, como um exercício permanente, os professores devem estar atentos as narrativas de fora das aldeias, que permitam o contínuo diálogo não só com os demais povos indígenas, mas também com a sociedade nacional”.

No final da cerimônia, como forma de reconhecimento aos graduados que tiveram melhores desempenhos na trajetória ao longo do curso de graduação, foram entregues títulos de Mérito Acadêmico.

Lista dos formandos que receberam o Mérito Acadêmico:

Alessandra Bento de Almeida – Turma de Ciências Humanas;

Ivanusa Ribeiro Carneiro – Turma de Ciências da Linguagem;

Raymara Alves da Silva Guajajara – Turma de Ciências da Natureza.

                                                                 

A proposta de uma Licenciatura Intercultural específica e diferenciada para povos indígenas advém ao compromisso social da UEMA em reconhecer a resistência histórica dos povos indígenas no Maranhão e estabelecer uma relação mais simétrica entre este segmento étnico-racial e a sociedade envolvente, cuja assimetria é fruto de um passado que exige reparações e compensações.

O PROETNOS objetiva formar e qualificar indígenas e quilombolas para assumirem de forma integral todo processo de escolarização em suas aldeias e quilombos, de maneira a comprometerem-se com os direitos e a legislação específica para a educação escolar indígena e quilombola, visando à construção de autonomias educacionais desses povos em seus territórios.

Além da qualificação para assumirem à docência em seus territórios ainda estão aptos a produzirem materiais didático-pedagógicos específicos às suas realidades e projetos societários. Neste dia festivo, a UEMA celebra a vitória desta turma e renova seu compromisso com a formação de uma sociedade mais justa, fraterna, solidária e racialmente igualitária.

Por: Karla Almeida

Fotos: Luis Paulo



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