UEMA Literatura deste domingo apresenta a crônica “Como anda minha vida ultimamente”, de autoria de Nudson Berredo, acadêmico de Física


Por em 22 de maio de 2022



Nesta edição, o UEMA Literatura apresenta a crônica “Como anda minha vida ultimamente”, de autoria de Nudson Berredo, acadêmico de Física

 

Como anda minha vida ultimamente

Falando em poucas palavras — Literalmente uma merda. Metaforicamente é verdade! Resumindo é isso. Tenho e não tenho muito a falar. As vezes a gente tenta achar palavras ou um meio termo para ver o lado bom das coisas, mas hoje não! Deixa-me reclamar só pouco da vida. Por mais que pareça que estar tudo indo bem, pois, não estar. Pessoas perdendo pessoas, outras sendo isoladas e algumas caminhando normalmente pelas ruas. Acho que me encaixo em quase todas essas. Não que faça diferença algumas como eu esteja. Mas ninguém precisa saber.

É uma conversa minha comigo mesmo. Estamos vivendo em um momento tão caótico que não sei se digo que estou conturbado ou perturbado, com tudo que anda acontecendo. Mas definitivamente cansei do lado cheio do copo ou de tentar desconversar alguns problemas, de sorrir enquanto eu só queria suspirar fundo e dizer que estou cansado que, sim tenho muitos problemas, queria até falar sobre eles.

Sendo assumidamente pessimista, agora eu estou um caco, e como é difícil dizer isso pela primeira vez. Estou pondo para fora um inquilino que sempre paga bem a estadia na minha cabeça e não sei ainda como o despejar. Já perdi as contas de quantas vezes já guardei as aflições desse cinema mudo e preto- branco existente dentro de mim. Só repito – Hoje não., e já repeti várias isso, que estar refletindo bem as minhas emoções agora. Pulando essa parte e qualquer conselho aleio agora ou algumas tapinhas nas costas.

Tudo que me cabe agora é um silencio ou basicamente alguém sem resposta alguma para o que está acontecendo comigo, que já tenha pego essa doença que assola todo mundo e já tenha se curado. Eu ainda estou precisando usar máscara e ficar bem longe de aglomerações. Me vestindo com a mesma dor de outros, e não me julgue é mais falar do que fazer. O que os outros querem não é que você seja, mas sim pareça tudo bem, entende s hipocrisia nessa frase.

Aliás, tudo que preciso agora é de orelhas que me abracem, bocas mudas e uma resposta simples e curta, que não envolvam tantas palavras bonitas ou lições de moral elaboradas, nada que possa mexer com meu ego. Nada mesmo! Coisas simples, sem terapias ou argumentos validos. Tentando não resolver meus problemas vazios, pois, não resolvem, esse é ponto. É porque necessariamente não me cabe agora alguém que acredite que dá de me deitar e esperar derramar meus problemas para jogar fora.

É difícil ser tão pouco em horas assim, eu sei, pois tento dizer isso todos os dias. Ah, mas a real é que, não quero ouvir de ninguém, o que já digo para mim todos os dias, por isso que não digo em voz alta. Assim espero. Pelo menos não até agora. Só quero dividir meu copo com alguém e pedir para tomar algumas doses dos meus problemas, saboreando o quão forte é algumas dores e traumas da vida, provando o quão ruim é as vezes tomar aquilo tudo sozinho, tentando ficar sóbrio.

Está tudo normal, pelo menos parece estar, não é nada que se possa ver ou fazer, entende… alguns sentem, outros nem tanto.  Os dias, as pessoas, as coisas, o clima, tudo está bem. Menos o sono, a cabeça, o ânimo, a vontade de sair da cama ou de pelo menos se esforçar para não parecer tão anormal assim, pareço anônimo para mim mesmo, quando você luta contra você mesmo, percebe que não dá de ganhar sempre.

As vezes a sua melhor versão perde para um dia ruim, e a pior versão ganha de um dia ótimo e vice-versa. No meu referencial parece que está tudo seguindo em frente, e eu estou parado observando tudo. Como posso explicar isso para alguém? Aliás, como é difícil entender isso. Eu ainda não sei.

Todos temos momentos assim, estacamos e ligamos o carro de novo, seguimos em frente e tentamos fazer o máximo possível para não acontecer de novo. Só que aí, eu acho que estou naquele momento, que tento ligar e não pega, tento sair e não sai, que abro o capo da minha cabeça e não entendo nada de motores, tanto quanto sei da vida. E é.., são fazes, são definitivamente momentos. Eu estou tentando ligar o carro ainda, girando a chave mais uma vez e tentando superar essa crise. Eu aprendi que temos que cuidar muito mais daqueles que nunca tem problema.



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