III Simpósio dos Programas das Residências Multiprofissional em Saúde da Família e Enfermagem Obstétrica é realizado no Campus Caxias


Por em 24 de janeiro de 2022



                     

De 19 a 21 de janeiro foi realizado, de forma online, no Campus Caxias, o III Simpósio dos Programas de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Enfermagem Obstétrica. A coordenação foi das professoras Magnólia de Jesus Sousa Magalhães; Joseneide Teixeira Câmara (coordenadora da Residência em Saúde da Família); Ana Carla Marques da Costa (coordenadora da Residência em Enfermagem Obstétrica) e dos residentes. O tema foi “Valorização profissional como estratégia de fortalecimento do SUS”. Além das palestras foram ministrados minicursos e feita uma roda de conversa.

Segundo a professora Magnólia, o evento teve como público-alvo acadêmicos e profissionais de saúde: “Enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, entre outros. O objetivo é proporcionar ao público participante debates diversificados e atuais. A residência tem esse intuito de realizar eventos acadêmicos para aprimorar os conhecimentos científicos”, disse.

Na palestra de abertura, “Valorização do profissional e fortalecimento das políticas públicas”, a Nutricionista Esp. Glenda Pereira Costa e Silva disse: “Nossa profissão é importante em relação às políticas públicas de alimentação e nutrição e ao envelhecimento saudável. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAM) realiza um diagnóstico nutricional e alimentar da população para promover práticas saudáveis. Por que os nutricionistas não são valorizados dentro do SUS? Essa questão nos acompanha desde a graduação e não pertence apenas aos nutricionistas. É um problema de gestão pública. A maior queixa é a baixa remuneração e isso gera desmotivação”, falou.

Ela continua: “A sobrecarga para gerenciar o trabalho dos profissionais de saúde do SUS é um desafio. Não podemos analisar a saúde numa caixinha fechada. É importante que o atendimento seja efetivo. A integralidade do sistema está fragmentada”, conclui.

A professora Ana Carla falou sobre o encontro: “Ele ajuda na integração entre os residentes e é um momento de discussão e reflexão sobre os problemas que acontecem nas residências, não só em Caxias como no país. O simpósio é um momento muito importante dentro das residências. Como coordenação, deixamos os residentes bem livres para organizarem o evento. Este é o terceiro e todos foram organizados por eles. Nesse momento pandêmico eles viram a necessidade de discutir a valorização profissional no SUS. Em nenhum momento da pandemia eles pararam as atividades, permaneceram em seus postos de trabalho, sobrecarregados”, explicou.

A abordagem do ponto “As interfaces e os impactos da Saúde e Doença mental no contexto multiprofissional” foi apresentado pela terapeuta ocupacional Márcia de Souza Rodrigues: “Será que foi preciso surgir o covid-19 para percebermos que somos ansiosos? Precisamos perceber o quanto estamos saudáveis e quando estamos fora dos padrões de saúde. Com a pandemia o índice de transtornos mentais chegou a 90%. Garantir saúde nos coloca no centro das atenções”, destacou.

                                     

“Apoio Matricial como estratégia de fortalecimento entre profissionais da ESF e atenção especializada” foi a questão exposta pela psicóloga Esp. Raquel Ferreira Coelho: “Ele tenta quebrar a lógica do atendimento ambulatorial individualizado e o modelo de encaminhamento. Na atenção primária o paciente e a família estão próximos à UBS (Unidade Básica de Saúde). O papel do apoio matricial não fica limitado a uma única equipe, ele pode ser realizado por qualquer profissional capacitado sob aquela determinada área”, lembrou.

Brenda Stefany, que é Psicóloga Esp., palestrou sobre “A relevância dos atendimentos psicológicos nas Unidades Básicas de Saúde em tempos de pandemia”.  Segundo ela: “Percebemos que a pandemia não é apenas viral, mas emocional. Verificamos o adoecimento de muitos profissionais, que também temem pela vida.  Na pandemia 12 milhões de brasileiros apresentam diagnóstico de depressão e, antes dela, o Brasil apresentava a maior taxa de ansiedade. Nos cobramos tanto que esquecemos o que o sentimento nos diz. Sobre atendimento, muitos pacientes nem vão para o atendimento especializado depois de conversas e acolhidas”, relatou.

O tema “Educação permanente: valorização profissional como fortalecimento do SUS” foi apresentado pela Nutricionista Mestranda Guida Graziela Santos Cardoso: “O ponto frágil da EPS (Educação Permanente em Saúde) é a sobrecarga de trabalho e um quadro de pessoal aquém do necessário. O objetivo é que os conhecimentos repassados estejam relacionados à unidade de saúde. É importante que os gestores participem do processo”, recomenda.

A roda de conversa foi composta por representantes dos Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN –Analamacia Pereira de Brito); Farmácia (CRF- Giselli Santos Lorenço); Nutrição(CRN- José de Ribamar Mendes) e Fisioterapia (CREFITO-Fernando Mauro Muniz Ferreira). Foi tratada a “Valorização dos profissionais de saúde em tempos de pandemia”. Foi observado que a maioria dos profissionais apresentou stress à medida que a pandemia avançava. Em muitos casos houve a necessidade de acompanhamento psicológico. Também surgiram casos de exercício ilegal da profissão e problemas de violência doméstica com os profissionais.

A Enfermeira Ma. Mara Julyete Arraes Jardim explanou sobre “Autonomia do enfermeiro no Pré-Natal de risco habitual: estratégia para fortalecimento do SUS”. A última palestra, intitulada “Fortalecer o sistema e fazer dar certo”, foi do Fisioterapeuta Esp. Victor Hugo Aragão.

                                       

Por: Emanuel Pereira



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