Edição do UEMA Literatura deste domingo apresenta poema e poesia


Por em 24 de outubro de 2021



 

                                                                                 

Neste domingo (24), o UEMA Literatura apresenta o poema “Cerrado”, de autoria da Bacharel em Geografia e Mestranda em Desenvolvimento Socioespacial e Regional (PPDSR/UEMA), Daniela Strasser e a poesia “Resplendor”, de autoria da acadêmica de História, Campus Caxias, Igênia Moraes.

 

 

Poema – Cerrado, por Daniela Strasser

 

A serra cerrou o cerrado

Cortou babaçu, cultura e comunidade

Queimou buruti, cagaita, murici …

Ardeu em chamas à mãe, bisa e neto …

A serra torou acácia, aroeira, jenipapo …

Que papo é esse que o agro salva ?

(O solo rico empobreceu)

Oh céus! Dê força aquela gente que se farta no Cerrado

O negocio faliu rios, nascentes e sementes

O Cerrado tá morrendo, não está vendo?

Para onde eu vou se o Cerrado deixar de existir?

 

Poesia – Resplendor, por Igênia Moraes

 

Conduzidos forçadamente

Pelas rédeas do destino impiedoso

Fomos trazidos até aqui,

Aos recônditos de um vale escuro.

Embora amedrontados, tenebrosos,

Com incontáveis incógnitas pairando à mente

Estamos a procurar respostas (em vão?).

 

Cogitando a possibilidade do retorno,

Relutamos a todo instante.

Vivemos a procurar uma luz, um caminho e um relógio,

Ansiando compreender

O que nos trouxe até aqui,

A quanto tempo nos perdemos

E o que ainda podemos mudar.

 

O vento que sopra durante a madrugada

Invade a ambiência e as entranhas do meu ser.

Este vendaval permitiu-me ver que o caminho é logo ali,

Apenas não conseguimos vê-lo.

 

Essa paz,

Tranquiliza-nos à mente,

Deixa-nos outra vez contente,

Ergue-nos, perante à aflição,

Permite conceber sorrisos

E apreciar a imensidão de um coração

Que palpita sem parar,

E nos privilegia com a dádiva de amar.

 

Despeço-me das rédeas do tempo disperso, pois sei que

Apaziguar-se-ão os ditames desta maldição.

A escuridão, que outrora prevalecia, foi aniquilada pela luz,

Que deslumbrantemente a excedeu

E ela (a luz) permitiu-me enxergar que esse desfecho

Oportunizou um novo começo,

Àqueles nunca deixaram de sonhar…

O sol raiou outra vez.



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