UEMA realiza aula inaugural do Curso de Licenciatura Indígena
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 26 de julho de 2016
Com o auditório do Curso de Ciências Biológicas, Campus Paulo VI, repleto de alunos, a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), em parceria com o Governo do Estado, realizou, na tarde de ontem (25), a aula inaugural do Curso de Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena.
O curso, que visa formar e habilitar professores indígenas em licenciatura intercultural, para atender às comunidades das escolas de ensino fundamental e médio, irá qualificar os alunos em três áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Ciências Naturais e Ciências da Linguagem.
As aulas tiveram início com 90 indígenas – que já atuam em salas de aula –, divididas em duas turmas de 35 estudantes (povos de língua Tupi) e uma de 20 (povos de língua Macro-Jê), dos municípios de Barra do Corda, Imperatriz e Santa Inês
O reitor Gustavo Costa disse que a UEMA, por meio da professora Marivânia Leonor e da participação dos movimentos sociais, ligados às comunidades indígenas, que já pleiteavam este curso há muito tempo, torna possível uma reivindicação antiga. “Nesse contexto, a universidade resolveu assumir a responsabilidade e bancou efetivamente a realização do curso como uma ação em benefício do Estado do Maranhão. Hoje, podemos registrar esta data histórica como um divisor de águas, em que a UEMA assume, de fato, a formação dessas pessoas, que ao longo de tantos anos, têm sofrido no esquecimento”, comenta o professor.
Para o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, o Governo do Estado vê com muito entusiasmo a construção desse Curso de Licenciatura, voltado para professores indígenas das escolas de educação básicas. “Ele só vem fortalecer o sistema educacional indígena, que visa estabelecer uma formação qualificada aos professores no exercício de suas atividades”, esclarece o secretário.
Conforme a diretora geral do curso, Mariavânia Leonor Furtado, a ideia do curso nasceu da demanda dos próprios indígenas que, em diversos momentos e fóruns, externaram ao poder público suas necessidades. Ela acrescenta que, além da formação dos professores, pretende-se, também, qualifica-los para produzirem seus próprios materiais didáticos a serem utilizados nas escolas e na gestão dos processos próprios de ensino aprendizagem em toda a educação básica realizada nas aldeias.
“Esta aula inaugural é um marco na conquista dos direitos dos povos indígenas, e, ao assumir este projeto, o reitorado desta universidade assume a inclusão numa perspectiva da adversidade, da extensão de direitos aos povos indígenas numa luta que eles mesmos têm travado historicamente. Este momento, na minha opinião, é histórico tanto para a vida dos povos indígenas como para a vida desta universidade”, declara Marivânia.
A aula inaugural foi ministrada pelo professor Aldir Santos, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que abordou o tema “Educação Escolar Indígena: mediando esferas, construindo autonomias e cidadanias diferenciadas”. Na ocasião, o professor ressaltou a situação indígena no Brasil, suas perspectivas e a atuação dos governos para a inclusão dessa etnia pela educação.
Participaram, também, da aula inaugural, os pró-reitores Andréa de Araújo (PROG) e Porfírio Guerra (PROEXAE), João Batista Botelho, representando o IFMA, Claudinei Rodrigues, representando a SEDUC, e a professora Auzenira Guajajara, coordenadora Pedagógica do Curso de Licenciatura Intercultural para Educação Indígena, além de convidados.
Texto: Alcindo Barros
Fotos: Rafael de Carvalho